Novo presidente do Chile lança reforma tributária em seu primeiro dia de gestão
Reforma foi criticada porque torna complicado para os contribuintes, principalmente as pequenas e médias empresas, cumprir com suas disposições
O novo presidente do Chile, Sebastián Piñera, deliberou nesta
segunda-feira (12), em seu primeiro dia de gestão, a implantação de uma reforma
tributária para este ano e um ajuste fiscal devido a um déficit estrutural
maior do que o esperado.
O anúncio foi feito pelo ministro de Fazenda, Felipe Larraín,
que ao chegar ao escritório disse aos jornalistas que “temos um projeto e
esperamos pactuá-lo. Temos que simplificar o sistema tributário, para fazer com
que ele seja mais amigo dos contribuintes”.
O governo da ex-presidente Michelle Bachelet, cujo mandato
terminou no domingo, impulsionou e conseguiu a aprovação de uma reforma
tributária para financiar a gratuidade do ensino e outras medidas no âmbito da
educação, focada principalmente em um aumento da tributação às empresas.
Esta reforma foi criticada porque torna complicado para os
contribuintes, principalmente as pequenas e médias empresas, cumprir com suas
disposições.
Ajuste fiscal
O ministro de Fazenda disse ainda que um ajuste fiscal será
necessário, após revelar que o governo de Bachelet fechou 2017 com um déficit
equivalente a 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB), ao invés de 1,7%, como tinha
sido informado de forma preliminar.
“Estamos trabalhando em um ajuste orçamentário”,
disse a respeito Larraín, que comentou que o tema “ainda deve ser
analisado” e considerou que “não é uma boa notícia”.
“Estamos em um período de contração, porque
indubitavelmente a situação fiscal é diferente da que tínhamos há 8 ou 4 anos.
Temos níveis de dívida pública que duplicaram e o que corresponde é iniciar as
medidas de austeridade e depois ver como realocar recursos”, precisou.
“É preciso usar os bens públicos de maneira inteligente,
vamos cuidar do dinheiro que pertence a todos os chilenos “, disse
Larraín, que reiterou que as metas do novo governo no âmbito econômico são
dinamizar o crescimento, a criação de empregos e a recuperação das finanças
públicas.
Reformas
O conservador Sebastián Piñera assumiu neste domingo (11),
pela segunda vez, a presidência do Chile com a promessa de fortalecer a abatida
economia do país e retocar as principais reformas de sua antecessora, a
socialista Michelle Bachelet.
Piñera, de 68 anos, volta à chefia do governo depois de ter
presidido o país de 2010 a 2014, na ocasião marcando o primeiro triunfo de um
candidato conservador depois de 20 anos de governos de centro-esquerda. Ele
ganhou as eleições do ano passado com a promessa de eficiência na gestão e de
posicionar o Chile no caminho do crescimento e do progresso, um discurso
parecido com o que o levou à vitória no pleito de 2009.
Fonte: Agência Brasil e Agência EFE. (Foto: Reprodução/Reuters/Rodrigo Garrido)