Erros em relatórios sobre desocupação de leitos de UTI é apontado
Baixa ocupação de leitos hospitalares das Unidades ligadas à SES possui uma série de irregularidades e disparidades
Relatório divulgado na sexta (16), pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia que aponta baixa ocupação
de leitos hospitalares das Unidades ligadas à SES possui uma série de
irregularidades e disparidades. É o que aponta estudo prévio realizado desde
novembro de 2017 pela superintendência de Acesso a Serviços Hospitalares e
Ambulatoriais da SES-GO (SUPRAS).
De acordo com o superintendente
da pasta, Cleudes Bernardes Baré, levantamento da SES realizado nas rede de
urgência emergência a partir de uma inspeção realizada pelo Ministério da
Saúde, à época, mostrou que a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS)
que é gestora de todos os leitos ofertados até mesmo nos hospitais do Estado,
não informa com veracidade ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde –
CNES do Ministério da Saúde a verdadeira realidade dos leitos existentes em
Goiás.
“Os dados do CNES deveriam ser
atualizados regularmente, porquê são informações oficiais disponibilizadas pelo
Ministério da Saúde. Não só das unidades ligadas ao Estado, quanto também em
relação aos hospitais particulares que possuem leitos oferecidos ao paciente do
Sistema Único de Saúde ( SUS)” diz Baré.
Dentre as disparidades
verificadas está a informação errônea transmitida junto ao CNEs, de leitos que,
na verdade estão desabilitados (seja por descredenciamento dos prestadores,
seja por questões de vigilância), e aparecem ativos e habilitados no Cadastro
Nacional.
“Isso mostra que a SMS de Goiânia
não trata as informações sobre leitos de forma adequada que reflita a
realidade”, diz Cleudes, uma vez que a responsabilidade de manter a exatidão
dos dados sobre leitos de UTI em Goiânia junto ao CNEs é prerrogativa da SMS de
Goiânia.
Como exemplo dessa disparidade
cita-se o Hospital Estadual Geral de Goiânia Alberto Rassi, que segundo
relatório da SMS estaria com taxa de 44,1 % de desocupação. Contudo, a SMS não
informou ao CNES que dos 40 leitos de UTI existentes na Unidade, 10 foram
transformados em leitos de cuidados paliativos. “Ou seja, o CNEs não sabe desse
dado, porque não foi informado pela SMS. Esse é apenas um exemplo das
irregularidades apresentada no relatório”, pontuou.
O Hospital Estadual de Doenças
Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), é um exemplo claro de que, apesar das
solicitações já feitas para uma atualização, ainda constam no CNEs números
equivocados das UTIs do hospital, que são 4 de UTI pediátrica e 9 de UTI
adulto. O que resulta em taxa de desocupação de 22% na UTI pediátrica e 9% na
UTI adulto, totalmente compatíveis com o perfil da unidade e bem diferentes dos
75% e 42% divulgados no relatório da SMS.
Cleudes ressaltou que pediu desde
novembro de 2017 que a SMS de Goiânia regularizasses todas as informações, mas
até o momento, tais dados não foram atualizados o que traz por si só, confusão
na oferta de informações sobre leitos SUS em Goiás, tanto das unidades ligadas
à Secretaria Estadual de Saúde quanto das unidades particulares.
“Outro exemplo dessa contaminação
dos dados do CNEs é a divulgação de 6 leitos do Hospital Santa Genoveva,
fechado há cerca de dois anos e de 7 leitos do Hospital Cidade Jardim
(interditados pela própria vigilância do município de Goiânia) e que constam, pra
surpresa, como leitos ativos”, aponta Cleudes Baré.
Vale ressaltar que foi a
Secretaria de Estado da Saúde de Goiás que produziu o relatório entregue à
Comissão Especial de Investigação das UTIs da Câmara Municipal de Vereadores de
Goiânia no dia 20 de outubro de 2017, onde se configurava a baixa ocupação da
rede própria, devido justamente à desatualização do CNEs. Em função da
acreditação pela ONA –que exige a aplicação fiel de normativas de vigilância em
saúde- alguns leitos da rede própria não podiam figurar no cadastro e a
solicitação para a correção foi feita à SMS Goiânia.
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