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domingo, 24 de novembro de 2024
'O Golpe de 2016'

UFG oferece curso de extensão sobre impeachment de Dilma

O Curso é um ciclo de debates gerado após o MEC se manifestar contra uma disciplina da UnB que tratava a retirada da ex presidente da administração do país como um golpe

Postado em 19 de março de 2018 por Katrine Fernandes
UFG oferece curso de extensão sobre impeachment de Dilma
O Curso é um ciclo de debates gerado após o MEC se manifestar contra uma disciplina da UnB que tratava a retirada da ex presidente da administração do país como um golpe

Até o próximo dia 26 de junho, a Universidade Federal de
Goiás (UFG) vai oferecer o curso de extensão “O Golpe de 2016 e a Universidade
Pública Brasileira” em Goiânia. Trata-se de um ciclo de debates criado pela
instituição após o Ministério da Educação se manifestar contra uma disciplina
ofertada pela Universidade de Brasília (UnB), que chamava o impeachment da
ex-presidente Dilma Rousseff de “golpe”.

O professor Adão José Peixoto, responsável pelo curso na
UFG, disse que o fato do MEC ter questionado o conteúdo oferecido em uma
instituição de ensino superior foi algo “antidemocrático”, e que levantou a
discussão sobre o assunto em outras universidades.

“Este curso é uma forma de resistência a esta tentativa de
cerceamento da autonomia universitária. Nós entendemos que a atitude do
Ministério da Educação de acionar, inclusive o Ministério Público Federal
(MPF), contra uma corrente de ideias na UnB, foi algo, antidemocrático e
inconstitucional e que nos motivou a fazer este ciclo de debates”.

A assessoria de comunicação do Ministério da Educação
informou em nota, que o posicionamento do órgão sobre o fato é o mesmo feito em
relação à disciplina ofertada pela UnB. No texto, o MEC afirma que o curso é
feito “sem base científica” e faz “possível proselitismo
político e ideológico do PT e do lulismo”. Disse ainda que, ao pedir
investigação do MPF, o ministro cumpriu “o papel constitucional de
solicitar apuração do bom uso de recursos públicos”.

Também em nota, a UFG informou que “as universidades
brasileiras gozam de autonomia didático-científica, conforme dispõe a
Constituição da República Federativa do Brasil” e que “é prerrogativa
da universidade definir, de forma independente, os conteúdos pertinentes às
suas atividades de ensino, pesquisa e extensão”.

“A UFG reitera o seu compromisso com a pluralidade de
ideias e com a discussão de grandes questões públicas, especialmente aquelas
que despertam controvérsias de interesse coletivo. Como espaço de debates e de
crítica, a instituição não pode ser tolhida em sua função social de construção
da cidadania. Vale ressaltar que a Universidade pauta-se pelo incentivo ao livre
debate de pensamentos e posições e reforça a necessidade de fortalecimento do
Estado Democrático de Direito”, diz a nota.

O impeachment de Dilma Rousseff foi aprovado pelo Senado
Federal no dia 31 de agosto de 2016 , por 61 votos favoráveis e 20 contrários.
A ex-presidente foi condenada sob a acusação de ter cometido crimes de
responsabilidade fiscal – as chamadas “pedaladas fiscais” no Plano
Safra e os decretos que geraram gastos sem autorização do Congresso Nacional.

O curso de extensão que trata o impeachment de Dilma
Rousseff como “golpe”, na UFG, começou na última sexta-feira (16), na Faculdade
de Educação, que fica no Setor Universitário, em Goiânia. Os encontros são
voltados tanto para estudantes da instituição, como também são abertos à
comunidade.

 

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