Em novo romance, Sean Penn recria Donald Trump e El Chapo
Obra ainda não tem data para ser publicada no Brasil. Clima no exterior é de polêmica
Guilherme Araujo*
Ao que tudo indica, a polêmica entrevista feita por Sean Penn com El Chapo Guzmán, maior chefe do cartel de drogas mexicano e um dos homens mais procurados do mundo, não rendeu somente arrependimento, conforme afirmou meses após a repercussão do material, publicado pela revista Rolling Stone. O ator lança nesta sexta-feira (23) nos Estados Unidos Bob Honey Just Do Stuff, seu primeiro romance.
A trama, que segundo a imprensa especializada deve gerar polêmica, sustenta-se em torno de um homem de meia idade, divorciado e desiludido que se divide entre mil obrigações, entre elas, a de assassino de aluguel de uma agência governamental misteriosa.
De acordo com veÃculos como o Page Six e o L.A. Times, que tiveram acesso ao livro, nas 176 páginas da publicação o protagonista ridiculariza o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em uma espécie de caricatura da realidade, o matador chega a fantasiar a morte do chefe de estado, que na obra aparece mascarado como Mr. Landlord, “um governante elegido por americanos e russos raivosos que possui uma insana obsessão por usar o Twitter”.
Outro ponto de destaque e que promove uma clara analogia ao presidente Trump é a capacidade do lÃder em se meter em maus lençois por seus comentários sexistas, provocando marchas feministas ao redor do mundo.
Recheado de referências à atual polÃtica do paÃs, Penn também faz paródia do movimento Black Lives Matter, criado pela comunidade afro-americana em virtude dos altos Ãndices de violência envolvendo negros.
Carregado de referências a situações vividas pelo próprio Penn, aspecto que confere à publicação ares, ainda que indiretamente, autobiográficos, o livro apresenta o personagem em uma entrevista feita com um chefe de cartel de drogas fictÃcio – uma analogia escancarada sobre seu longo encontro, em 2016, com El Chapo Guzmán.
Longe de ser seu primeiro encontro com polêmicas figuras do cenário mundial, a inspiração poderia muito bem ter partido de longa data. Em 2008, o ator esteve cara a cara com o venezuelano Hugo Cháves e o então presidente cubano Raúl Castro.
Ainda não há previsão sobre quando a obra desembarca no Brasil.
* Guilherme Araujo é integrante do programa de estágio do jornal OHoje.com, sob supervisão de Naiara Gonçalves (Foto: Reprodução)