‘A Paixão de Cristo’: para além da encenação, um estilo de vida
Crianças e adultos apresentam espetáculo a fim de arrecadar recursos para missão na África
GABRIELLA STARNECK*
O espetáculo A Paixão de Cristo encenado por alunos e funcionários do Colégio Santo Agostinho será apresentado, nesta quarta-feira (28), no Teatro Madre Esperança Garrido, em Goiânia. A representação da história de Jesus sai do campo da encenação, já que os integrantes do espetáculo passam a se inspirar no estilo de vida desse personagem para colocar em prática o mandamento de ‘amar o próximo como a si mesmo’. Isso porque todo o recurso que será arrecadado com a bilheteria da apresentação será destinado a uma missão na África.
“O projeto do espetáculo surgiu, porque temos alunos que cursam teatro no colégio, e também aproveitamos o tema da Campanha da Fraternidade: Fraternidade e superação da violência – em Cristo somos todos irmãos. Nós queremos por meio de A Paixão de Cristo refletir essa temática e angariar recursos para a missão. A África tem uma realidade de muito contraste. A África do Sul, por exemplo, é muito desenvolvida, já outras partes do país sofrem com a miséria. O intuito é transmitir que não importa distância, situação, ou cor – o que importa é que somos irmãos”, afirma a diretora do Santo Agostinho, Julia Cury.
Missão na África
A encenação de morte e ressurreição de Cristo tem o objetivo social de arrecadar fundos para essa missão que o Colégio Santo Agostinho mantém na África, em Moçambique – lá existe um colégio mantido pela Congregação Agostiniana Missionária, onde mais de 500 crianças recebem educação e alimentação proveniente de doações recebidas. Segundo Júlia, a instituição realiza projetos voltados para África há cerca de 20 anos, enquanto missão, e há dez anos também contribui para manutenção da Escola Primária e Educação Infantil intitulada Mama Querubina – em homenagem a uma das freiras que fundou a congregação.
O colégio Santo Agostinho realiza uma série de projetos sociais em Goiânia, por esse motivo os alunos já estão acostumados a contribuir de forma solidária com missões como essa. “Quando os alunos e funcionários chegam à escola, eles de certa forma já conhecem o cunho social da instituição, por isso as crianças e adolescentes se envolvem e gostam de participar de ações assim. A questão não se restringe à necessidade de ajudar, mas o gosto por fazer isso, é necessário desenvolver essa visão”, diz Julia.
‘A Paixão de Cristo’
O diretor do espetáculo e professor de teatro do colégio Eduardo de Souza afirma que a ideia de estruturar a encenação partiu dele e da diretora Júlia Cury: “Quando eu fiz a proposta do trabalho conjunto, eu não encontrei resistência, e a instituição abraçou a ideia”. Eduardo ainda conta que há muitos anos ele monta A Paixão de Cristo, mas fazia um tempo que não apresentava o espetáculo. Como o Santo Agostinho tem uma equipe de teatro, surgiu a ideia de fazer a apresentação com alunos e funcionários. “Além de eles se envolverem com o teatro, eles contribuem em prol de uma missão maior, que é ajudar um projeto na África. Eu quero ensinar que os atores podem ser instrumento de mudança, que não é apenas a arte pela arte”, ressalta o diretor.
Segundo Eduardo, todas as partes da história A Paixão de Cristo serão apresentadas – desde o nascimento de Jesus até sua morte e ressurreição. O espetáculo traz a relação de Jesus com seus discípulos e amigos – como Marta, Maria, Lazaro –, além dos milagres que Ele realizou. Durante a encenação, a equipe de dança do colégio também faz uma participação. A produção conta com vários efeitos visuais, rico figurino e uma trilha sonora que promete multiplicar as emoções que a própria história já apresenta.
Além disso, o espetáculo traz uma novidade, dentre as várias apresentações que ocorrem em Goiânia, já que a maioria dos atores são crianças. Inclusive Eduardo conta que ‘pega no pé’ da garotada: “Não é apenas brincar de teatro: eu cobro interpretação dos meninos. Eles trazem uma verdade no espetáculo. Em relação à reflexão que a equipe pretende despertar no espectador, o diretor afirma: “Nós queremos que o público perceba que esse Jesus que a gente tanto fala está próximo de nós, e o que ele falava há mais de 2000 anos ainda está presente nos dias de hoje. Quero que as pessoas percebam que Jesus é simples”.
*Integrante do programa de estágio do
jornal O HOJE sob orientação
da editora Flávia Popov
SERVIÇO
Quando: quarta-feira (28)
Onde: Teatro Madre Esperança Garrido (Av. Contorno, nº 62, Centro – Goiânia)
Horário: 19h30
Entrada: R$ 10 (preço único – contribuição social para a missão na África )