Em viagem à Califórnia, onde participa do evento “Desafios para a democracia no Brasil”, promovido pelo Centro de Estudos Latinoamericanos da Universidade de Berkeley, a ex-presidente Dilma Rousseff defendeu a candidatura de Lula à presidência da República.

“Retirar Lula da disputa é assumi-lo como candidato”, disse. Ela ainda reafirmou o que o ex-presidente disse em seu último discurso antes de se entregar à justiça, definindo-o como uma ideia. “Ele estará nessa eleição, preso ou solto, morto ou vivo. Isso não é uma bazófia”.

Ela também criticou as condições em que o petista está detido, em Curitiba. “Não bastaram prender o Lula. Também não querem deixar ele falar. O próprio juiz responsável pelo caso não quer que ele fale. O Lula não pode falar porque ele muda a opinião das pessoas”.

Durante sua fala, Dilma ainda citou a série da Netflix, O Mecanismo, classificando-a como uma peça política repleta de fake news, e teceu análises sobre os dados mais recentes divulgados pelo Data Folha, que mostram o ex-presidente forte na disputa.

Ela ainda disse para uma plateia lotada de estudantes da Universidade de Berkeley que o impeachment que sofreu se tratou de “um golpe parlamentar, midiárico e com apoio do judiciciário”, tendo atacado a imprensa brasileira, relacionando-a também à prisão do colega antecessor.

Na tarde desta terça-feira (17), Dilma segue para a Universidade de Stanford, no vale do Silício, onde participa de um novo evento parte de uma tour que fará pela Europa e os Estados Unidos debatendo política e falando sobre o processo de impeachment que sofreu em 2016.