Pesquisa da UFG transforma compreensão da leitura entre estudante
Pesquisadores apontam que os envolvidos no projeto puderam mergulhar nos livros e como os temas que leram os remetiam à memória – medos, inseguranças, o primeiro amor e relações familiares
O projeto de pesquisa “Leitura literária na escola: o conto como provocação” reformulou a percepção sobre o ato de ler em alguns alunos do sétimo ano, em uma escola da rede privada, da cidade de Goiânia. Motivado pela inquietude em observar a resistência dos alunos à prática de leitura literária na escola de Educação Básica, o projeto permitiu aos alunos experimentarem e entenderem melhor a relação com a vida e aprimorarem a visão do outro enquanto sujeito que os circunda. O trabalho se apoiou na obra Aquela água toda, do escritor João Anzanello Carrascoza.
A pesquisa foi desenvolvida pela pesquisadora Elaine Lopes de Oliveira Tavares, professora de Língua Portuguesa há 22 anos. Mestre em Ensino na Educação Básica pelo Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação da Universidade Federal de Goiás (Cepae – UFG), afirma que os envolvidos no projeto puderam mergulhar nos livros e como os temas que leram os remetiam à memória – medos, inseguranças, o primeiro amor, relações familiares, as primeiras experiências de descoberta e outros. Experiências de conversas, representação dos sentimentos através de relatos, imagens, produções poéticas e de curtas-metragens, entre outros, foram expostos em site intitulado Portal literário, produto final da pesquisa em foco.
Conto e encontro
A partir das experiências leitoras vivenciadas por cada participante, a pesquisadora pôde desenvolver com maior eficiência seu trabalho. “Meu desafio maior durante toda a trajetória foi respeitar cada sensação vivida por cada participante”, declara. Distante da abordagem dos livros didáticos e esquemas de interpretação preestabelecidos, os quais restringem a recepção do aluno-leitor, os momentos de cada atividade oportunizaram momentos de prazer e descobertas significativas.
Partindo do conceito de que o acesso à leitura literária ajuda o discente a se desenvolver, a professora, autora do projeto, pretende ampliar sua pesquisa a partir da participação de outros professores colaboradores. “Vivenciar a literatura independe de rótulos disciplinares. Por que não ensinar matemática por meio da formação do leitor literário? É possível explorarmos o saber humano em qualquer área”. Além da proposta interdisciplinar, a professora pesquisadora pretende aprofundar os diálogos iniciados na pesquisa com o autor João Anzanello Carrascoza, que, muito em breve, estará em contato com os alunos participantes.