Michel Temer estuda redução dos preços dos combustíveis e energia
“O ministro de Minas e Energia, Moreira Franco está empenhado nessa tarefa. Não tenho os resultados, mas se for possível reduzir o preço, o faremos”, disse o presidente
Com valor nacional em torno de R$ 4, o preço do litro da
gasolina pode ser reduzido em todo o país, assim como dos demais combustíveis
ainda este semestre. A projeção foi feita pelo presidente Michel Temer que
afirmou que o governo estuda esta possibilidade e a de diminuir também os
valores da conta de energia. Sem fazer promessas, ele disse que o ministro de
Minas e Energia, Moreira Franco, está debruçado nos estudos.
“O [ministro] Moreira Franco está empenhado nessa tarefa.
Não tenho os resultados, mas se for possível reduzir o preço, o faremos.
Sabemos quanto o custo da energia alcança os mais pobres”, afirmou o presidente
durante entrevista à emissora de televisão SBT, na noite desse domingo (6).
Os combustíveis derivados de petróleo são commodities e têm
seus preços atrelados aos mercados internacionais cujas cotações variam
diariamente – tanto para cima quanto para baixo. Especialistas afirmam que a
variação dos preços nas refinarias e terminais é que incentiva a competição no
mercado brasileiro.
Na entrevista, Temer fez uma estimativa de crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB) para 2018 de 2,75%, e não de 3%. Segundo ele, não
haverá “resultado catastrófico”. Também
afirmou que a pauta econômica no Congresso Nacional poderá evoluir ainda este
ano.
Benefícios sociais
Durante a entrevista, o presidente deu nota “excelente” para
seu governo, ao citar dois reajustes concedidos ao programa Bolsa Família, um
deles anunciados no último dia 30. A partir de julho, o valor do reajuste do
benefício será de 5,67%. O pagamento passa de R$ 177,71 para uma quantia
estimada de R$ 187,79.
Eleições
A exemplo do que afirmou durante entrevista aos veículos da
Empresa Brasil de Comunicação (EBC), na semana passada, Temer disse que até
julho definirá sobre a reeleição. Ele defendeu uma candidatura única de centro.
“O ideal dos ideais é que haja uma conjunção da classe política para que haja
um candidato de centro.”
O presidente elogiou várias pré-candidaturas já definidas e
lembrou que sua trajetória de vida, assim como de alguns pré-candidatos, também
remete a dificuldades financeiras na infância. No entanto, negou que esta
questão deve pesar sobre o voto do eleitorado.
“Pobre eu também fui. Andava seis quilômetros para ir e
voltar da escola. Não é essa razão que faz alguém ser ou não presidente”, disse
Temer, que defendeu a continuidade das medidas adotadas durante sua gestão.
Ataques
Durante a entrevista, Temer se queixou dos “ataques de
natureza moral” que se destinam, segundo ele, a desmoralizá-lo na tentativa de
atingir o governo e desestabilizar sua gestão.
“Foram tempos de muito sofrimento pessoal. Houve um ataque
de natureza moral, e olhe que tive uma vida de muita rigidez profissional.
Quando cheguei à Presidência [da República] resolveram me desmoralizar. Tem
campanhas montadas com uma crueldade para derrubar o presidente. Eu só resisto,
porque, senão resistir, estarei me declarando culpado”, afirmou.
Operação Skala
O presidente disse ser amigo “há mais de 50 anos” do
advogado José Yunes e que João Batista
Lima Filho, o Coronel Lima, apenas colaborou em campanhas eleitorais. Ambos são
investigados na Operação Skala, da Polícia Federal, que investiga suposto
favorecimento de empresas portuárias em troca de propina.
“[Coronel Lima] estabeleceu uma relação de muita
fraternidade, muita amizade comigo, nunca neguei”, disse o presidente. “Mas não
tinha relação funcional, porque ele tinha a atividade empresarial dele. Lamento
muito que esteja acontecendo isso com ele”, disse.
Questionado sobre o suposto “envelope lacrado grosso” que
Yunes teria dito à Polícia Federal (PF) que recebeu do doleiro Lúcio Funaro, em
2014, Temer afirmou jamais ter sido informado sobre os detalhes dessas
negociações.
“Ele [Yunes] me
contou depois que recebeu o envelope. Esse foi o fato. Mas antes não me contou
absolutamente nada. Ele disse que ficou com a secretária dele e depois passou
alguém e pegou o envelope”, disse o presidente.
Na entrevista, Temer mencionou ainda as investigações que
envolvem a filha Maristela. No âmbito da Operação Skala, é investigado se houve
uso de recursos ilícitos na obra de reforma da casa da filha do presidente. O
presidente afirmou que foi uma reforma “regularmente” paga e esclarecida.
Com informações da Agência Brasil.