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segunda-feira, 25 de novembro de 2024
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Contran

Motoristas de caçambas fazem manifestação contra resolução

Cem caminhoneiros protestaram em Brasília em oposição à medida que obriga uso de sensor de segurança

Postado em 10 de maio de 2018 por Lucas de Godoi
Motoristas de caçambas fazem manifestação contra resolução
Cem caminhoneiros protestaram em Brasília em oposição à medida que obriga uso de sensor de segurança

Uma manifestação de “caçambeiros”, como são chamados motoristas de caminhões caçamba, tumultuou o trânsito hoje (10) na área norte de Brasília. Os motoristas são contra uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que torna obrigatório o uso de sensor de segurança que avisa quando a caçamba está mal instalada e pode se desprender da carroceria, representando risco a outros veículos.

Apesar do Contran adiar a validade da medida, conforme decisão publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira, um grupo de 100 caminhoneiros do Distrito Federal, segundo informação do tenente Medeiros, da Polícia Militar, saiu em carreata por vias importantes de Brasília, prejudicando o trânsito principalmente na região norte da cidade.

Após a carreata, os motoristas estacionaram seus veículos próximo ao Estádio Mané Garrincha, onde se reuniram para pedir que a regra acabe em definitivo. Para Ramon Estrela, terceira geração de uma família que trabalha no ramo de transportes com caminhão, a resolução não garantirá maior segurança nas estradas e significa apenas mais custo para a categoria, que, segundo ele, já tem notado uma queda na renda, provocada também pelo alto preço dos combustíveis, sobretudo o diesel.

Embora não ache que a resolução seja ruim, ele diz que o Contran não consultou a categoria sobre o equipamento. “Um entende de caminhão e dez não entendem. Os dez que não entendem aprovaram a resolução”, disse. Segundo Estrela, o sensor custa, em média, de R$ 3 mil a R$ 5 mil, no DF, onde há somente dois estabelecimentos autorizados para instalá-lo.

“Minha paixão por caminhão era muita, mas acabou, por causa do valor do frete. Hoje, o combustível come 70% do frete”, acrescentou Estrela, que tem renda líquida média de R$ 2 mil e uma família de cinco pessoas, que vive em São Sebastião, a 26 quilômetros da região central da capital federal. “Meu pai tem um caminhão, que não roda mais desde junho do ano passado, porque não tem condições,” acrescentou.

Resolução

De acordo com a Resolução nº 563, de 2015, o sistema deve conter, no mínimo, uma combinação de dois dispositivos, que obedecem a uma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e exige que o veículo apresente dispositivo de segurança primário, impedindo que a caçamba seja acionada de forma involuntária.

O sistema garante também que a ativação ocorra a partir de dois comandos do motorista ou, ainda, um comando de duas etapas, e um dispositivo terciário, que garanta que o caminhão não passe de 10 quilômetros por hora quando sua tomada de força estiver ligada.

A outra opção é que sejam instalados no veículo um dispositivo primário e um secundário, que consiste em um aviso visual e sonoro que alerta o motorista sobre o acionamento da tomada de força. É necessário que o aviso seja colocado na altura do painel, sendo facilmente visto pelo caminhoneiro.

A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com a assessoria do Contran e aguarda uma reposta.

(Agência Brasil) 

 

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