Paralisação de caminhoneiros nas estradas entra no sétimo dia
Governo negocia para tentar acelerar fim dos protestos
Neste domingo (27), sétimo dia de greve, o governo volta a negociar com os caminhoneiros, ao mesmo tempo em que forças de segurança continuam a desobstruir pontos de bloqueio nas rodovias de todo o país. A categoria dos motoristas autônomos reivindica agora desconto de 10% no valor do diesel que será cobrado na bomba, a ampliação desta redução de 30 para 60 dias e o fim da suspensão da cobrança de tarifa de pedágio para eixo elevado dos caminhões para todo o país.
O ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, Carlos Marun, apresenta hoje ao presidente Michel Temer essas novas propostas. Marun e ministros de várias áreas se reúnem no Palácio do Planalto, no gabinete de gestão de crise, na tentativa de encerrar a paralisação.
Até a noite de sábado (26), metade dos mais de mil pontos bloqueios ainda resistia nas estradas. Eram, às 22 h de sábado, 554 pontos de bloqueio nas rodovias, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). A maioria das barreiras é parcial e sem prejuízo à circulação de veículos. De acordo com a polícia, 625 pontos foram desbloqueados. Em estados da Região Centro-Oeste, como Mato Grosso do Sul, as estradas começam a ser totalmente liberadas, segundo informou nesta manhã a PRF estadual.
Brasília
Brasília começou a ser reabastecida de combustíveis desde a tarde de sábado. Longas filas são vistas hoje em postos do Plano Piloto, na região central. Muitos, entretanto, continuam fechados.
O Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek já recebeu combustível, mas ainda operava com restrições. O governador Rodrigo Rollemberg descartou no sábado a possibilidade de decretar estado de emergência. A prioridade, segundo ele, concentra-se em saúde, segurança e transporte público. Poucos ônibus circulam neste domingo.
São Paulo
Em São Paulo, as principais estradas permanecem bloqueadas, e o combustível é suficiente somente até segunda-feira (28) para os serviços essenciais. A polícia e governo estadual negociam, com ajuda do governo federal, a liberação das rodovias. O governador Márcio França, que se reuniu no sábado com o ministro Carlos Marun, anunciou a suspensão da cobrança do eixo suspenso, usado pelos caminhões que trafegam sem carga total, nos pedágios das rodovias paulistas. A medida faz parte de um pacote de ações negociado para a desobstrução das estradas. A interrupção da cobrança começa a vigorar a partir da 0h de terça-feira (29), prazo negociado pelos líderes dos caminhoneiros para liberação das rodovias, principalmente trechos da Régis Bittencourt (que liga aos estados do Sul) e do Rodoanel (que interliga rodovias na região metropolitana paulista). Já o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, disse que o combustível para a maior parte dos serviços essenciais está garantido somente até segunda-feira. A prefeitura decidiu manter, por tempo indeterminado, o estado de emergência.
A cidade do Rio de Janeiro permanece em estágio de atenção. O Centro de Operações da prefeitura do Rio diz que, com a manutenção da greve dos caminhoneiros, o desabastecimento de combustível “afeta drasticamente a mobilidade no município”. Em uma escala de três, o estágio de atenção está no segundo nível e significa que um ou mais incidentes impactam, no mínimo, uma região, provocando reflexos relevantes na mobilidade.
Parte do BRT, sistema de ônibus expresso do Rio de Janeiro, voltou a funcionar. Outras linhas continuam sem operar. Por falta de combustível, o transporte de barcas entre o Rio e Niterói foi totalmente suspenso no sábado. O Exército disponibilizou um contingente de soldados para dar apoio à Polícia Militar (PM) na segurança em torno da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), que começa a reabastecer a capital, o estado e diversas regiões do país.
Fonte: Agência Brasil