Homem que matou crianças em creche é condenado a 220 anos
O tribunal julgou o condenado por quatro homicídios qualificados e cinco tentativas de homicídio qualificado
Um ano e quatro meses depois do trágico ataque a uma creche no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, que resultou na morte de quatro crianças, o tribunal condenou Luiz Henrique Lima, 26 anos, dos crimes a 220 anos de prisão em regime fechado. O CEI Cantinho Bom Pastor comemorou a decisão nas redes sociais, chamando-a de “justiça sendo feita”. O anúncio ocorreu por volta das 19h desta quinta-feira (29), após uma intensa sessão do Tribunal do Júri de 11 horas na comarca de Blumenau.
Os familiares das vítimas, visivelmente emocionados, estiveram presentes durante o julgamento, que teve acesso restrito ao público. Na parte da manhã, ouviram-se cinco testemunhas e realizaram o interrogatório do réu. Após o intervalo para o almoço, retomaram-se os debates com réplica e tréplica, que se estenderam até o início da noite. Após a conclusão dos debates, apresentaram e votaram os quesitos em segredo, resultando na condenação do réu.
O tribunal julgou o condenado por quatro homicídios qualificados e cinco tentativas de homicídio qualificado. As qualificadoras incluem motivo torpe, meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas e crimes cometidos contra menores de 14 anos. Desde a data do crime, ele está preso e não poderá recorrer da decisão em liberdade. Devido à presença de menores no caso, o processo continua tramitando sob sigilo.
O caso
O caso aconteceu no dia 5 de abril de 2023. O criminoso chegou à creche de moto, carregando uma machadinha. Ele pulou o muro, matou quatro crianças e feriu outras cinco em uma sequência de ações aleatórias, e então saiu pela porta da frente.
Pouco após o crime, ele se entregou no Batalhão da Polícia Militar, usando a mesma moto com a qual havia chegado à creche. O comandante da polícia de Blumenau revelou que o homem tinha registros anteriores em sete boletins de ocorrência por lesões corporais, brigas e posse de cocaína. Esses registros datam dos anos de 2016, 2021 e 2022.