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domingo, 24 de novembro de 2024
Cidades

Operação desmantela mais um braço do PCC

Ação cumpriu mandados de busca e apreensão em Goiás e mais 13 Estados

Postado em 15 de junho de 2018 por Sheyla Sousa
Operação desmantela mais um braço do PCC
Ação cumpriu mandados de busca e apreensão em Goiás e mais 13 Estados

Raunner Vinícius Soares*


A Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo deflagraram, ontem, a operação Echelon que cumpriu 59 mandados de busca e apreensão em Goiás e mais 13 estados. O objetivo é atingir a estrutura do Primeiro Comando da Capital (PCC) que controla as ramificações interestaduais da facção criminosa. Trata-se de um setor conhecido como “Resumo dos Estados” que serve diretamente à cúpula da organização. 

Um casal foi preso em Goiás por envolvimento com a organização, na manhã desta quinta-feira (14), na região Sul do Estado. A ação, que contou com a participação da Gerência de Operações de Inteligência da Polícia Civil de Goiás. Flávia Magalhães Monteiro, 19 anos, foi presa em Bom Jesus Goiás. A Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP), informou que como ela tem dois filhos pequenos permanecerá presa na cadeia do município. 

O marido, Noaby Vinícius Silva Souza, 27 anos, já estava detido em Morrinhos, foi encaminhado para interrogatório e está sob custódia da DGAP. Os dois são suspeitos de fazerem parte da facção criminosa em Goiás. 

A investigação se principiou em junho de 2017, quando o líder máximo da organização criminosa, Marcos Willians Herbas, mais conhecido como Marcola, estava isolado pela sexta vez no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), no presídio de Presidente Bernardes, na região oeste do Estado de São Paulo. No entanto, Marcola, condenado a 332 anos de prisão por diversos crimes, no momento, não figura entre os acusados que tiveram a prisão decretada pela Justiça neste caso.

Desde 2014 até hoje, o total de integrantes do PCC espelhados fora de São Paulo cresceu 6 vezes, passando de 3 mil para pouco mais de 20 mil em 2018. A facção, que em São Paulo conta com 10,9 mil integrantes, está presente ainda em cinco países da América do Sul – Bolívia, Colômbia, Guiana, Paraguai e Peru.

O crescimento do PCC no Brasil levou à reação de organizações criminosas locais, que se aliaram ao Comando Vermelho, iniciando uma guerra que atinge principalmente os Estados do Nordeste e Norte do país. A maior concentração de integrantes do PCC é em São Paulo, depois Paraná (2.829), Ceará (2.582) e Minas Gerais (1.432), segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organização (Gaeco) do Ministério Público. E justamente em Minas Gerais, na semana passada, a facção determinou a realização de uma série de atentados contra ônibus e ataques contra postos policiais.

Os agentes da Polícia Civil foram mobilizados para começar as buscas às 6h, porém a concentração dos policiais começou duas horas antes. As investigações feitas pelo Departamento de Polícia Judiciária do Interior – 8 (Deinter-8), de Presidente Prudente, e pelo grupo de Atuação especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP, mostraram como a cúpula do grupo mantém contato com bandidos fora de São Paulo, atuando nos tráficos de armas e drogas.

Os Estados envolvidos na operação foram São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Pará, Alagoas, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Roraima, Rio Grande do Norte, Acre, Amapá, Maranhão e Goiás. A Justiça decretou a prisão preventiva de 75 acusados, todos apontados como integrantes da facção. (Raunner Vinicius Soares é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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