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domingo, 24 de novembro de 2024
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Cidades

Biometria facial dificulta fraude para comerciantes de Goiânia

Novo serviço ajuda consumidores e comerciantes no combate a fraudes financeiras

Postado em 30 de outubro de 2018 por Sheyla Sousa
Biometria facial dificulta fraude para comerciantes de Goiânia
Novo serviço ajuda consumidores e comerciantes no combate a fraudes financeiras

A aposentada Maria Aparecida afirma que sempre foi cautelosa ao repassar dados e informações pessoais em cadastros ou por ligações telefônicas

Rhudy Crysthian 

Fraudes que utilizam documentos roubados ou perdidos são comuns no Brasil, por isso a Câmara de Dirigentes e Logistas de Goiânia (CDL) oferece para os comerciantes da Capital goiana um benefício a mais para a segurança da empresa e também dos clientes, a biometria facial. 

A tecnologia, que identifica o cliente com um nível de acerto de 99,75%, tem como objetivo evitar qualquer tipo de fraude no sistema financeiro de empresas, por meio da leitura dos traços do rosto para confirmação de identidade. Além das faces já disponíveis, o próprio empresário poderá alimentar o sistema com novas imagens. 

Com uma foto simples, captada pelo analista de crédito no momento de realizar a venda, será possível confirmar a identidade do cliente. As imagens poderão ser captadas por meio de uma webcam e, assim que o software lê essas informações, o rosto da pessoa é automaticamente codificado e anexado ao cadastro do indivíduo. Ou seja, toda vez que ele for fotografado em algum cadastro de crédito, suas informações faciais serão comparadas com um banco de dados. 

Para a CDL, é extremammente imporante a segurança da empresa e do consumidor. O órgão goiano já identificou uma pessoa que tentava efetuar compras com vários CPFs diferentes. Para a diretora executiva da CDL, Alexandra Lima, esses estelionatários, que agora terão a seu desfavor todo o sistema, “são pessoas que trabalham exclusivamente com fraudes, investem no crime. A biometria facial atrapalha a ação desses criminosos, pois o sistema oferece quase 100% de segurança para os comerciantes e é, também, um benefício para os consumidores, já que cuida direta e indiretamente da segurança deles”, finaliza.

Ao aderir ao serviço que tem registros em todo o Brasil, o empresário economiza muito em um possível prejuizo causado por fraude. Já os benefícios para o consumidor é que, se ele tiver os documentos roubados e quem estiver em poder dessa documantação e tentar, por exemplo, trocar a foto desses documentos, caso haja o sistema da biometria na empresa, não será possível concluir a compra e a pessoa será identificada com agilidade. 

A aposentada Maria Aparecida de Jesus é cautelosa quando possíveis estelionatários tentam tirar dela informações pessoais.  Ela sempre recebe em seu telefone fixo ligações estranhas, e quando isso acontece, fala por telefone que não mora mais lá, principalmente quando do outro lado da linha começam as perguntas sobre os seus dados pessoais para alguma conferência bancária ou afins.

“Vou fazer 69 anos agora e nunca sofri fraude. Pode acontecer, mas até hoje eu nunca tive problemas em relação a esse assunto”, ressalta. A idosa fez seu cadastro no sistema que é diretamente ligado à CDL de Goiânia e sabe que a partir de agora há uma segurança a mais para resguardá-la de compras indevidas em seu nome

Cadastro

Atualmente no cadastro de crédito tradicional, o comércio precisa fazer toda a análise para saber se o usuário é realmente o dono dos documentos. A facilidade começa quando o sistema é acionado e uma foto é lançada na plataforma de biometria facial do SPC-Brasil. Basta uma fotografia e, em instantes, o sistema informa para o empresário se as informações são procedem ou não.

Com apenas um mês em Goiânia, o benefício disponibilizado pela CDL aos comerciantes que garantem uma proteção a mais também aos usuários tem forte divulgação por parte do órgão, afim de agregar mais pessoas cadastradas e, consequentemente, diminuir estatísticas de fraudes na Capital e cooperar com a meta do Serviço de Proteção de Crédito (SPC Brasil) de inserir no sistema, em um ano, três mil novas faces. 

Se o comerciante tiver o interesse pelo serviço prestado pela CDL Goiânia, os valores podem sofrer alterações entre associados e não associados. De acordo com Alexandra Lima, os custos são baixos para os associados ou quem tenha interesse em se associar, tanto em uma análise custo benefício, quanto ao que ele precisará investir na empresa para já começar a usufruir do sistema, que necessita apenas um computador conectado à internet e uma câmera webcam.

Silvia Teles é gerente de crédito e cobrança de uma empresa em Goiânia, uma loja especializada em relógios e óculos. A empresa, que tem seis unidades em Goiânia e uma em Anápolis, é uma das que aderiram ao Sistema de Biometria Facial da Câmara de Dirigentes e Logistas de Goiânia (CDL) e os resultados já apareceram. Menos de um ano após a instalação, uma venda foi barrada a um estelionatário que tentava comprar um relógio numa das unidades da Capital.

Embora a empresa não tenha um número significativo de fráudes, como explica a gerente, a empresa procura novos métodos tecnológicos em busca de maior conforto e segurança para os clientes, já que todos que fazem o cadastro na empresa vão para um banco de dados nacional do sistema da CDL e todos os comerciantes que tenham o serviço podem consultar antes de concretizar a venda, o que torna uma maneira de que as vendas sejam mais seguras, tanto para os clientes quanto para a empresa. 

Em 2013, antes da biometria facial, tivemos um caso de estelionato na empresa e não foi possível identificarmos a pessoa. Um prejuízo de aproximadamente R$ 500. Na época, se tivessemos esse sistema da CDL, teríamos identificado a pessoa.

Com o sistema ativo na empresa, um homem tentou comprar um relógio no valor de R$1.200. Os dados apresentados pelo estelionatário foram colocados no sistema, que alertou sobre as divergências de numéros de CPF. O homem tentou comprar em outras lojas e o cadastro foi negado. 

Medo 

Débora Sousa é estudante de História e nunca teve seu nome registrado em órgãos de proteção de crédito.  Enquanto Débora morava na cidade que atualmente moram os pais, tinha um cadastro em uma loja de roupas. De acordo com a jovem, a única compra que foi efetuada por ela, foi quitada. Uma carta de cobrança a alertou sobre um possível engano.

Débora foi informada que existia em seu nome uma dívida de R$ 300, o que a trouxe espanto. Na loja, em contato com a administração, foi solicitado à estudante o pagamento, mas ela resolveu não pagar naquela oportunidade e aguardar resolver o assunto. 

Em outra oportunidade, após receber uma nova carta de cobrança e com a preocupação de ter seu nome negativado, a estudante procurou novamente a gerencia da loja e pediu um prazo de cinco dias, pois não conseguiria quitar a dívida na ocasião. Foi então que a gerente perguntou o nome completo da cliente para verificar a fixa.

Após uma análise pouco mais critériosa o engano foi solucionado. Débora Sousa finalmente entendeu que o equívoco aconteceu por a outra cliente ter praticamente o mesmo nome que ela, com poucas difertenças. Caso houvesse na empresa um sistema de reconhecimento facial, Débora acredita que não teria passado pela desagradável situação de se explicar sobre algo que não fez.  

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