Bolsonaro descarta Revalida para médicos formados no Brasil
Possibilidade foi levantada pelo futuro ministro da Saúde
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, descartou neste domingo
(25) a possibilidade de submeter os médicos brasileiros ao Revalida – prova de
avaliação e qualificação exigida para os profissionais formados fora do Brasil.
Segundo ele, a hipótese não é considerada. Também criticou a prova realizada
pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aos recém-formados para que tenham o
número da entidade.
“Eu sou contra o Revalida para os médicos brasileiros,
senão vai desaguar na mesma situação que acontece na OAB. Não podemos formar
jovens e depois submetê-los a ser boys de luxo em escritórios de
advocacia”, afirmou o presidente eleito.
A afirmação de Bolsonaro ocorreu depois de ele participar de
almoço na Escola de Educação Física do Exército, na Urca, no Rio de Janeiro,
para participar do 10º Encontro do Calção Preto, que reúne antigos e atuais
comandantes, professores e monitores da escola.
Histórico
Em entrevista ao jornal O Globo, o deputado federal Luiz Henrique
Mandetta, confirmado para o Ministério da Saúde, defendeu a aplicação do exame
Revalida para os médicos brasileiros, nos moldes do que ocorre com os
profissionais da OAB. Segundo ele, seria um bom exemplo uma recertificação após
cinco anos da formatura.
Para Mandetta, o sistema que observa a atuação médica dos
profissionais que trabalham no Brasil é “um dos modelos de fiscalização do
exercício profissional mais frágeis do mundo”.
Indicações
No Rio, Bolsonaro reafirmou a disposição de concluir a montagem
de sua equipe ministerial até a próxima semana. Ele disse que negocia com as
bancadas e não com os partidos. São aguardadas definições para os ministérios
do Meio Ambiente, da Cultura, do Esporte, dos Direitos Humanos, Minorias e
Mulheres.
“Estamos escolhendo o melhor, conversando com as
bancadas e não com os partidos, de forma independente, e isenta. Que sejam
[pessoas] honestas e pensem no Brasil e não na agremiação partidária.”
Votações
Bolsonaro reiterou a importância de o Congresso Nacional votar
temas de relevância. Segundo ele, o empenho não é para o presidente da
República ou o Parlamento, mas para o país.
“[As votações] são para o país e aí vai da consciência
de cada um. Eu decidi, há quatro anos, quando iniciei a minha campanha, fazer
uma política diferente. Se vai dar certo, espero que sim. A mesma é que daria
errado.”
Jogo
Mesmo fã de futebol, o presidente eleito resolveu desistir
de assistir ao jogo do Palmeira com o Vasco, hoje no São Januário. Ele
disse ter sido desaconselhado a ir ao estádio. “Vou ver em casa mesmo e
torcer pelo empate.”
Bolsonaro também afirmou que segue as orientações médicas à
risca, embora tenha reconhecido que ficou aborrecido com o adiamento da
cirurgia para a retirada da bolsa de colostomia para 20 de janeiro de 2019.
O presidente eleito disse que pretende ir a Brasília na
próxima terça-feira (27) e retornar no dia 28 para o Rio de Janeiro. (Agência
Brasil)