Aos 60 anos fusca ainda encanta admiradores
Carro completa seis décadas do início de sua montagem aqui no país
Guilherme Melo
O Fusca completa 60 anos neste fim de semana. A primeira unidade do carro montada no Brasil foi lançada em janeiro de 1959, com o nome ‘Sedan’. De acordo com informações da Volkswagen, naquele ano foram vendidas 8.406 unidades do carro. Só em Goiás, existem 63.008 unidades de Fuscas registradas, quase um terço desse montante, cerca de 20.860, estão em Goiânia, conforme dados do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO).
Entre os ‘pequenos besouros’ que circulam pela Capital, os Fuscas da Polícia Militar, de 1967, e o exemplar único da Polícia Rodoviária Federal, de 1974, estão em exposição no Passeio das Águas Shopping, neste sábado (19) e domingo (20).
A exposição conta com uma réplica goiana do fusquinha Herbie, do filme produzido pela Disney: “Se Meu Fusca Falasse”. O Fusca de 1964 pertence à Euraclides Rezende e Cirlene Rezende há mais de 25 anos e foi reformado para ficar igual ao veículo do cinema por conta do neto do casal. “Faz 14 anos que transformamos o nosso Fusca no Herbie. Tudo por conta do nosso neto que adorava o filme e aí meu esposo resolveu dar esse presente a ele”, conta Cirlene Rezende.
De 1959 até 1986, o Brasil produziu 3,1 milhões de unidades do Fusca, que antes de ser produzido no País era montado com peças importadas da Alemanha. Segundo a montadora, 12 empregados fabricavam o modelo em um armazém que ficava na Rua do Manifesto, no bairro do Ipiranga, em São Paulo.
De acordo com a Volkswagen, o Fusca, que esteve por 24 anos na liderança do ranking de automóveis mais vendidos no País, tinha motor 1,2 litro de quatro cilindros refrigerados a ar, capaz de gerar apenas 36 cavalos de potência. Slogans como ‘Pense pequeno’, ‘A tartaruga mais veloz’ e ‘Lave e use’ marcaram a história do Fusca e da publicidade brasileira.
O nosso ‘pequeno besouro’ ganhou destaque entre os colecionadores e hoje é um dos carros mais desejados afirma o colecionador Wellington Viera, que possui um Fusca 1969, mas que tem vidro elétrico, banco de couro, partida e buzina a distância. “Vi esse estilo e simpatizei, logo pensei vou fazer um assim pra mim. Consegui montar com tudo personalizado e com muito carinho. O carro tem esse jeito ‘velho’ por fora, mas é super confortável por dentro. É a minha paixão”, afirma.
Ainda para Wellington o carro é uma porta de entrada para se fazer novas amizades. “Aonde eu vou com meu Fusca faço amizades justamente por conta dele. Crianças e idosos são os que mais gostam”, explica.
Colecionador
Em 1996, o carro deixou de ser produzido, porém não é difícil encontrar um amante do modelo, como o colecionador Sage Raphael Ribeiro, de 29 anos. A paixão pelo veículo foi passada de pai para filho, e já contagiou o sogro e o cunhado de Raphael. “Tenho um fusca preto e outro branco meu sogro e meu cunhado têm um azul cada um”, explica.
Com dois fuscas na garagem, um fabricado em 1981 e o outro em 1994, Sage exibe os carros como troféus, mas alerta que os cuidados são muitos. “Pelo fusca ser um carro antigo, não é muito cuidado pelos donos, assim deixam na chuva, no sol e com isso desgasta a pintura, acelera a ferrugem na lata”, revela.
Produção
O fusca começou a ser produzido durante a Segunda Guerra Mundial, na Alemanha, com isso sua parte elétrica e motora é bastante simples. Segundo Raphael esse é um dos motivos que atrai tantos colecionadores. “O Fusca foi feito para ser um dos carros mais confiáveis, realmente não é diferente. A mecânica dele é bem simples, gastei mais com acessórios para deixar o carro do jeito que eu queria, mas despesas para manter o carro é quase mínima”, ressalta o colecionador. (Guilherme Melo é repórter o on line)