O técnico em refrigeração Mateus Batista Rodrigues, de 22 anos, baleado enquanto instalava um ar-condicionado, recebeu alta do Hospital de Urgências de Goiânia neste domingo (17). Ele foi baleado por um guarda civil que, segundo as investigações, o confundiu com um ladrão. Mateus ficou 11 dias internado. 

O jovem foi baleado na quarta-feira (6), no Setor Jardim Novo Mundo, em Goiânia. Desde então, Mateus estava internado no Hugo. Na última segunda-feira (11), ele passou por uma cirurgia para retirar a bala alojada no abdômen.

Mateus trabalhava uniformizado em cima do telhado de uma casa quando foi abordado por dois homens. O técnico relatou ainda que não esboçou reação de tentar fugir. “Na hora que eu levantei a mão, olhando para um deles, o outro veio e me deu um tiro”, contou. Após ele ser baleado, desceu do telhado e correu para a rua em busca de socorro. Ele disse ainda que foi ameaçado pelo atirador. 

“A dona da casa que contratou o nosso serviço entrou na frente para ele não atirar de novo”, completou Mateus. A técnica em enfermagem Edna Carvalho, que contratou o rapaz para o serviço, disse que ficou desesperada ao ver o trabalhador baleado.

Investigação

O guarda civil de Senador Canedo, Rodrigo Fernandes se apresentou à Polícia Civil no dia seguinte ao crime e confessou ter atirado contra o rapaz, que estava no telhado da casa de uma moradora. Ele teve o porte de armas suspenso, a arma apreendida e foi afastado das atividades nas ruas.

Ele disse à Polícia Civil ter se assustado quando viu o jovem em cima do muro. Ele entregou a arma à corporação. A delegada disse que segue ouvindo testemunhas e que ainda não tem previsão de quando vai colher o depoimento da vítima. Além disso, ela espera a conclusão dos laudos periciais para ter mais informações sobre a dinâmica do fato. 

A mulher de Mateus, Amanda Araújo, conta que teve de deixar o trabalho de consultora de vendas para cuidar do marido após o crime. Ela cobra apoio à família. “A Guarda Civil e a defesa do senhor Rodrigo disseram que estão prestando auxílio para o meu marido, mas não recebemos nenhuma ajuda, nenhum suporte”, completou.

O advogado Alexandre do Nascimento, que defende o guarda civil Rodrigo Fernandes, informou que está à disposição da família de Mateus: “Nos colocamos inteiramente à disposição para auxiliá-los no que fosse necessário, mas ninguém me procurou ainda para este fim”. O defensor disse ainda que Rodrigo colabora com a polícia na investigação do caso.

Por sua vez, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Senador Canedo informou que um psicólogo da Guarda Civil Municipal e o secretário de Segurança do município conversaram com a família de Mateus para explicar a situação. Como o servidor estava em seu horário de folga, o município não tem como arcar com custo de medicamentos ou outro tipo de auxílio.