Prefeito de Senador Canedo, Divino Lemes, disse ao O Hoje que o Goiás na Frente ficou para trás
Senador Canedo não sofrerá com a falta de água nos próximos 10 anos
Raphael Bezerra e Rubens Salomão
O prefeito de Senador Canedo, Divino Lemes (PSD), afirma que o
município pode globalizar todo o sistema de água e esgoto do município com a
finalização das obras de construção de captação e tratamento da água e esgoto.
Divino também afirmou que o Programa Goiás na Frente ficou para trás, mas que
acreditou na importância das obras para os municípios, entretanto, as
licitações estão feitas e falta apenas o dinheiro para dar continuidade nos
projetos que giram em torno de R$ 12 milhões.
O senhor
está iniciando os últimos dois anos deste mandato. Normalmente, os dois
primeiros anos são de arrumação de casa, transição, regular financeiramente e
dar viabilidade para investimentos nos outros dois anos. Como está esta
transição?
Eu acredito que nós passamos pela fase de organização e estamos
ansiosos para fazer um grande 2019 e poder cumprir com as nossas obrigações
como chefe do executivo municipal. Esse ano está atípico, é um ano acima da
média de chuva, ela é muito boa e bem-vinda, mas atrapalha um pouco os serviços
e obras da prefeitura. Mas vamos aguardar passar esse período chuvoso para dar
continuidade das obras. Principalmente quanto a recuperação de estradas, ruas,
obras de qualquer natureza. O mato cresce, o combate as endemias acabam sendo prejudicadas
também, então o cuidado é redobrado. Mas para a nossa sorte, com relação a
isso, estamos com uma referencia muito boa e as obras licitadas estamos
captando recursos para realiza-las.
Em Senador
Canedo, as principais avenidas são rodovias e a rodovia faz essas manutenções. Como
está parceria em relação ao que acontece junto ao Estado?
Na verdade, a prefeitura está tendo que arcar com tudo, as GO’s
que estão próximas a nós estão relativamente bem conservadas, a parte dentro da
cidade nós estamos arrumando e vem até a divisa com Santa Barbara e Caldazinha.
Não estão com grandes problemas, mas tem que cuidar. Outra demanda como o
Jardins das Oliveiras, também estão sendo atendidas. Essa proposta de ter só o
apoio técnico para o nosso município não é boa. Nós temos um grupo de engenheiros,
então não haveria, em tese, a necessidade deste apoio técnico. O mais caro e
mais necessário é a mão de obra, mas entendo eu, que quem transita ali é o
morador do município. Eu precisava só do convênio para estar legalizado e não
estar fazendo aquilo que não é minha função para fazer.
No ano
passado o senhor fez uma redução das secretarias, cortou cargos comissionados.
Qual o balanço e impacto que isso gerou nas contas da prefeitura?
Isso foi muito importante para a gente fechar as contas dentro da
lei no final do ano. A economia foi muito sensível, nós já viemos com recursos
que foram acumulados da economia anterior. A gente sabe que foi uma economia
boa, mas não dá tempo de fazer esse balanço, mas nós nos beneficiamos e nos
alegramos muito do que conseguimos fazer e agora é bola para frente. Hoje, nós
trabalhamos na média de R$ 30 milhões e os gastos representam cerca de 140%
desse valor. Se formos fazer o necessário, a conta não fecha. Mas, precisamos
fazer, e por isso que ficam alguns serviços não muito contentes. É preciso
investir mais em segurança pública, mais em saúde e mais em tecnologia da
informação e não podemos.
Comprometemos o limite máximo da Lei de Responsabilidade Fiscal
com gastos de pessoal que é de 54%. Eu até brinco com o pessoal dos sindicatos,
representações de servidores, vamos fazer um gatilho, se subir a receita o
número sobe também, mas se a receita descer, o número também tem que descer.
Há a
possibilidade de fazer uma nova reforma na prefeitura para reduzir esse número
novamente e não ultrapassar esse teto?
Na verdade, estamos trabalhando muito para fazer o contrário. Ao
invés de baixar os investimentos em serviços, precisamos melhorar as receitas.
Então se houver uma melhora nas receitas, esses 54% crescem também. Então,
estamos buscando maior eficiência fiscal e buscando mais empresas para aumentar
os rendimentos da prefeitura.
O senhor foi
prefeito lá atrás, e voltou em 2016. Desde quando foi prefeito, o senhor
continua acompanhando a demanda dos canedenses. Desses dois anos de
investimentos próprios, o senhor prevê suprir?
Tem muitas coisas programadas pela pesquisa de necessidade. Em
primeiro lugar, precisamos investir em segurança pública, não é diferente do
que acontece em todo o país. Para isso, estamos trabalhando um projeto que é de
levar, para as vilas, as bases da polícia militar e civil. Serão bases fixas da
prefeitura com o efetivo conturbado, Polícia Militar, Guarda Civil, Polícia
Civil e o investimento em bastante equipamento de câmeras de monitoramento.
Serão seis bases como essas e já estamos com três delas quase entregues.
Queremos aumentar o efetivo da Guarda Municipal e iremos buscar a Polícia
Militar e Civil para estar conosco nesse enfrentamento.
Aí vem educação também, temos um déficit grande e que cresce a
cada ano que é o número de vagas no ensino infantil, as creches. Temos que
construir muitas creches e colocar para funcionar, aí tem que se contratar mais
pessoal, mais gastos com folhas. Eu recebi a prefeitura com mais de 2 mil vagas
deficitárias na educação infantil, conseguimos sanar o déficit, mas agora esse
número voltou a crescer pois é uma demanda que cresce muito.
Nós levamos para as escolas existentes, quatro salas modulares.
Então nós ampliamos o número de vagas nas escolas sem a necessidade de
construção de novas escolas. Hoje, em Senador Canedo, não há déficit na
educação. O aluno que não tiver estudando e procurar uma escola, ele vai
encontrar vaga. Consequências de aumento de folha vai ter, mas é o mínimo que
podemos fazer pelo município é dar uma escola de qualidade para nossos alunos.
O senhor
falou desse período chuvoso, que, de certa forma, atrapalha em alguns aspectos.
Mas quando a seca chegar, o município pode voltar a sofrer com a falta de água?
Essa chuva é muito importante, mas para a manutenção dos serviços
da prefeitura ela as vezes atrapalha. Concluindo todos os serviços que estamos
fazendo, eu digo aqui com toda certeza, Senador Canedo não sofrerá com a falta
de água nos próximos 10 anos. Estamos fazendo uma nova estação tratadora de
grande porte. Estamos concluindo uma menor e estamos iniciando uma outra menor
além de uma boa estrutura para reserva. O grande problema é o morador que não
tem a caixa d’água. Se há um problema na distribuição, o morador que não possui
a caixa d’água para ter uma reserva, sofre imediatamente com isso, já quem tem,
nem sente a falta quando o serviço é retomado. Se tivéssemos condições de doar
para quem não pode ter uma caixa d’água, seria muito importante, mas não damos
conta ainda. Fizemos novas redes de interligação entre bairros, e acreditamos
que não vamos ter problemas pelos próximos anos.
Quantos
convênios a prefeitura acordou com o governo passado com o Programa Goiás na
Frente e qual a situação dessas obras?
Fizemos um convênio para que Senador Canedo tivesse R$ 12 milhões
em obras. Eu fui diversificar para contemplar todos os bairros e transformei
isso em 28 projetos, só que demorou muito para que os projetos fossem
elaborados, fui um dos municípios que praticamente não pegou dinheiro nenhum.
Trocou de governo e parece que não vai dar continuidade com o Programa então o
Goiás na Frente ficou para trás.
Esse
programa teve um caráter muito político no antigo governo. O senhor apoiou o
projeto? O senhor considera um erro?
Eu acreditei no Goiás na Frente pois o município precisava e
precisa de apoio do governo do Estado. Por um lado, foi muito bom, pois eu tenho
28 obras licitadas, só não tenho dinheiro. Mas a parte de pegar licenças,
licitar as obras, emissão dos documentos, eu tenho os projetos já elaborados,
cabe agora arrumar o dinheiro e dar a ordem de serviço.
Uma demanda
muito antiga é a revisão do pacto federativo. O senhor acredita no governo
Bolsonaro, nesse sentido?
Acredito. Até porque, não tenho outra coisa para fazer se não
acreditar. Sonho que o presidente se articule melhor e que faça o que ele
dizia: a vida acontece nos municípios. Então, temos 78% de todo o imposto
brasileiro lá em Brasília enquanto os municípios e os estados com o pires na
mão. Esse novo pacto ele é extremamente necessário. A ajuda tem que vim para o
morador através do município, isso fortalece os municípios, as Câmaras e todo o
poder local para que possamos atender as demandas.