Alunas denunciam casos de machismo em colégios de Goiânia
Estudantes de duas escolas particulares de Goiânia denunciaram casos de machismo e homofobia
Isabela
Martins*
Após postar em uma rede social foto em homenagem ao Dia
Internacional da Mulher, uma escola particular de alto padrão em Goiânia recebeu
inúmeros comentários de alunas e ex-alunas que denunciaram casos de machismo na
unidade. Até a manhã do domingo eram mais de 1.200 comentários na publicação
que relatavam diversos casos de machismo que teriam sido cometidos por
profissionais do colégio. A publicação foi removida.
Nos comentários as estudantes denunciavam a instituição, “não
sabe o que é um aluno, muito menos ainda o que é mulher”. No comentário uma
jovem relata frases que teria escutado do diretor do colégio. “Mulher tem que
ficar calada para apanhar”, “mulher passa creme para ficar macia quando apanha”
e “mulher só merece respeito quando é mãe”. De acordo com as alunas, essas são
apenas algumas frases ditas pelo diretor.
Uma ex-aluna comentou na publicação que só as mulheres que estudaram
na instituição sabem o tamanho da insegurança e opressão, que durante os anos
que estudou na unidade viu esse tipo de postura diversas vezes. Segundo ela, os
comentários com conotação sexual e frases que diminuíam as mulheres eram
freqüentes. Alguns estudantes marcaram o perfil do Ministério Público nos
comentários para conhecimento e possíveis providências. O Hoje entrou em
contato com o Colégio WR que disse que a escola está disponível para que sejam
feitas entrevistas com os alunos.
Outra unidade
Outra unidade que está sendo alvo de denúncias nas redes
sociais é o Colégio Protágoras. Na página do Instagram alunos denunciam terem
sido vitimas de comentários machistas e homofônicos por parte dos profissionais
da instituição. Uma das jovens denuncia que foi vítima de comentários
homofônicos. “Eles falavam sempre que era muita bonita para ser gay. Como se só
andar comigo minhas amigas fossem se tornar gays, como se fosse problema”,
denuncia. Os alunos disseram que são feitos comentários sobre o corpo das
alunas há anos na unidade.
Segunda uma ex-aluna, o que acontece na unidade é com
conivência da direção da escola, e que aproveitam a superioridade que têm. A
instituição apagou a publicação, mas os alunos estão indo em outras fotos para
falar sobre o caso. O Jornal O Hoje tentou entrar em contato com a unidade às 09h15 desta terça-feira, mas
a ligação não foi passada para o responsável. (Isabela Martins é estagiária do Jornal O Hoje
sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)