Copom inicia reunião em Brasília com novo presidente do BC
Essa será a primeira reunião comandada pelo novo presidente do BC, Roberto Campos Neto
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco
Central (BC) iniciou hoje (19), em Brasília, a segunda reunião de 2019 para
definir a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 6,5% ao ano. Nesta
quarta-feira (20), às 18h, será anunciada a taxa.
Essa será a primeira reunião comandada pelo novo
presidente do BC, Roberto Campos Neto, além de dois novos diretores: Bruno
Serra Fernandes (Política Monetária) e João Manoel Pinho de Mello (Organização
do Sistema Financeiro). O Copom, composto pelo presidente e oito diretores,
reúne-se oito vezes no ano.
Indicado pelo
ministro da Economia, Paulo Guedes, em novembro do ano passado, Campos
Neto só tomou posse no fim de fevereiro porque precisou ser sabatinado
pelo Senado Federal e ter o nome aprovado.
Na cerimônia de
transmissão de cargo na última semana, Campos Neto ressaltou que se
empenhará para que o Banco Central cumpra as duas principais missões: manter o
poder de compra da moeda por meio de inflação baixa e a solidez do sistema
financeiro. Ele disse que buscará manter a inflação em níveis baixos e
controlados. Prometeu continuar a aprimorar a transparência na comunicação do
Banco Central com a sociedade. Campos Neto também reforçou a defesa da
autonomia do BC.
Como
é feita a reunião do Copom
No primeiro dia da reunião, são feitas
apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias
brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia,
os membros do Copom avaliam as perspectivas para a inflação e definem a Selic.
O Banco Central atua diariamente por meio de
operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais –
para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião.
A taxa básica, que serve de referência para os
demais juros da economia, é a taxa média cobrada em negociações com títulos
emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de
Liquidação e de Custódia (Selic).
A manutenção da Selic no atual patamar, como prevê
o mercado financeiro em pesquisa feita pelo BC, indica que o Copom considera as
alterações anteriores nos juros básicos suficientes para chegar à meta de
inflação, objetivo que deve ser perseguido pelo BC.
Ao reduzir os juros básicos, a tendência é diminuir
os custos do crédito e incentivar a produção e o consumo. Entretanto, as taxas
de juros do crédito não caem na mesma proporção da Selic. Segundo o BC, isso
acontece porque a Selic é apenas uma parte do custo do crédito.
Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa
estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de ficar
acima da meta de inflação.
Quando o Copom aumenta a Selic, a finalidade é
conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros
mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
O BC usa a taxa
Selic como instrumento para alcançar a meta de inflação, definida pelo
Conselho Monetário Nacional (CMN). Neste ano, a meta é 4,25%, com intervalo de
tolerância entre 2,75% e 5,75%. Para instituições financeiras, a inflação,
medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar em
3,89%, em 2019.
Histórico
De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa Selic
foi mantida em 7,25% ao ano e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar
14,25% em julho de 2015. Nas reuniões seguintes, ela foi mantida nesse patamar.
Em outubro de 2016, foi iniciado um longo ciclo de
cortes na Selic, quando a taxa caiu 0,25 ponto percentual, indo para 14% ao
ano. Esse processo durou até março de 2018, quando a Selic chegou ao seu mínimo
histórico, 6,5% ao ano, e depois disso foi mantida pelo Copom. (Agência Brasil)