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domingo, 24 de novembro de 2024
Foco Econômico

Recursos de longo prazo sofrem baixa de 1,1% em Goiás e afetam investimentos

Lauro Veiga

Postado em 22 de março de 2019 por Sheyla Sousa
Recursos de longo prazo sofrem baixa de 1
Lauro Veiga

Não
apenas os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) encolheram em Goiás no ano passado como as contratações realizadas
pelas empresas do Estado com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento
do Centro-Oeste (FCO) sofreram recuo, afetando a oferta de crédito de longo
prazo para investimentos. Na soma dessas duas fontes de financiamentos, a
indústria em geral foi a mais sacrificada, seguida pelos setores de comércio e
serviços (com a inclusão das atividades de turismo). As liberações para as
áreas de infraestrutura e agropecuária, ao contrário, apresentaram crescimento
até expressivo, no primeiro caso, concentradas no setor elétrico, e no segundo,
principalmente na agricultura familiar (o que explica ainda a maior
concentração das operações do FCO no Estado em mini, micro e pequenas
empresas).

Embora
o total geral de contratações realizadas pelo FCO tenha apresentado salto de
13,7% entre 2017 e 2018 em toda a região Centro-Oeste, em Goiás, os recursos
contratados apontaram leve redução de 0,74% em termos nominais, significando
uma queda real próxima a 4,5% a se considerar a inflação oficial do período. Em
valores não atualizados, o FCO injetou quase R$ 9,450 bilhões em todo o
Centro-Oeste no ano passado, diante de R$ 8,314 bilhões em 2017. Em relação aos
recursos orçados para a região, que chegaram a cair 4,54% em 2018, o total
executado representou 97,4% frente a um percentual de 81,8% no ano anterior.

Em
Goiás, os valores desembolsados recuaram de praticamente R$ 3,149 bilhões para
menos de R$ 3,126 bilhões, o que representou 94,7% dos R$ 3,300 bilhões orçados.
Em 2017, o Estado havia realizado contratações 6,8% superiores ao orçamento
fixado, na faixa de R$ 2,949 bilhões. A previsão de recursos para 2018 chegou a
crescer 11,9%, mas as contratações de fato executadas foram mais baixas, o que
reduziu a participação de Goiás no FCO de 37,9% para 33,08%. O setor rural
contratou 86,43% dos recursos do fundo destinados a Goiás no ano passado,
somando R$ 2,701 bilhões, em lata de 9,28% diante de 2017, quando os projetos
nesta mesma área haviam recebido R$ 2,472 bilhões (785% do total).

Combinação

Somados
os desembolsos do FCO e do BNDES, as empresas goianas contrataram um total de
pouco mais de R$ 5,177 bilhões ao longo de 2018, o que correspondeu a uma
redução de 1,08% diante dos R$ 5,234 bilhões desembolsados em 2017. A queda
concentrou-se nos setores da indústria, que teve os desembolsos reduzidos de R$
514,307 milhões para apenas R$ 186,435 milhões entre os dois últimos anos,
significando um tombo de 63,75%. Os recursos, apenas para reforçar,
correspondem à soma dos desembolsos do BNDES e das contratações do FCO e
mostram claramente que o setor industrial teve um volume de recursos muito
menor para financiar projetos de longo prazo e seus investimentos de forma
geral, o que poderá trazer consequências quando a economia voltar a crescer
mais rapidamente, exigindo mais à frente um esforço maior do setor para tentar
acompanhar a demanda mais aquecida.

Balanço

·  
Os
setores de comércio e serviços, incluindo o turismo (na classificação do FCO),
contrataram 11,09% menos recursos do BNDES e do fundo constitucional no ano passado, representando uma queda de R$ 755,183
milhões para R$ 671,413 milhões entre 2017 e 2018.

·  
Considerando
apenas as linhas do FCO, a indústria goiana perdeu 73,26% dos recursos, despencando
de R$ 209,944 milhões para R$ 56,139 milhões. Sua participação nas contratações
totais foi reduzida de 6,67% para 1,80%.

·  
Ainda
dentro do FCO, comércio e serviços reduziram suas contratações de R$ 422,72
milhões (13,43% do total em Goiás) para R$ 278,042 milhões (8,90% do total). No
turismo, a queda atingiu 73,18%, com as contratações desabando de R$ 27,348
milhões para R$ 7,334 milhões.

·  
Projetos
de infraestrutura receberam R$ 763,626 milhões no ano passado, na combinação
dos desembolsos do BNDES e contratações do FCO, com alta de 18,73% frente aos
R$ 643,177 milhões contratados em 2017.

·  
Apenas
com recursos do FCO, a infraestrutura recebeu R$ 82,677 milhões no ano passado,
num salto de 393,4% em relação a R$ 16,758 milhões em 2017. Praticamente 94,0%
dos recursos aplicados nesta área em 2018 foram para rodovias.

·  
O
BNDES liberou R$ 680,949 milhões para a infraestrutura em 2018, num incremento
de 8,7% (R$ 626,419 milhões em 2017). O setor elétrico, com R$ 427,061 milhões
contratados, respondeu por 62,72% dos desembolsos, em alta de 20,86% em relação
a 2017 (R$ 353,357 milhões).

Ainda em 2018, nada menos do que 76% dos
recursos para o setor elétrico foram desembolsados pelo banco de fomento em
dezembro, com R$ 324,585 milhões destinados ao setor de transmissão. 

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