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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Aviação

Curso de Ciências da Aeronáutica prepara caminhos para chegar ao céu

Antes da criação dos cursos superiores ligados à aviação, o ensino era voltado apenas para fazer o avião sair do chão

Sheyla Sousapor Sheyla Sousa em 28 de março de 2019
Curso de Ciências da Aeronáutica prepara caminhos para chegar ao céu
Antes da criação dos cursos superiores ligados à aviação

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Igor Caldas*

Quem sonha em alçar voos na aviação pode escolher vários caminhos para chegar mais perto do céu. Um deles é o curso superior de Ciências da Aeronáutica. Ele é preparado para atender as demandas do Sistema de Aviação Civil nas áreas de operações de voo e gestão. O aluno vai se preparar para exercer uma atividade que exige conhecimento técnico em equipamentos de alto índice de automação. 

Para quem realmente quer voar, é necessário realizar as provas da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e executar as horas de voo necessárias para tirar o Brevê – documento que funciona como uma carteira de motorista para pilotos de avião.

O coordenador do curso de Ciências da Aeronáutica da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), Salmen Bukzem, afirma que um dos objetivos do curso é garantir que o aluno passe em todas as etapas das provas da Anac. Os conteúdos teóricos apresentados no curso devem ser relacionados com a prática para garantir a formação adequada ao profissional da aviação. “O curso é como se fosse uma autoescola, dá toda preparação teórica e prática para voar, mas quem dá a credencial que permite pilotar avião é a Anac. Temos que ser capazes de fazer com que os alunos sejam aprovados nas provas para tirar o Brevê”, pontua o professor Salmen.

Na PUC Goiás, o curso de Ciências da Aeronáutica, com duração de três anos e meio oferece o título de bacharel em Ciências Aeronáuticas de Linha Aérea, voltado ao curso de piloto; e o bacharel em Gestão de Aviação Civil, voltado a toda parte administrativa ligada à aviação. Ele forma o profissional indicado para trabalhar nos aeroportos e aeródromos. “Não tinha no Brasil esse tipo de curso, voltado para aviação civil. A PUC Goiás foi uma das primeiras a oferecê-lo”, garante Bukzem.

Para o coordenador do curso, esse é o momento ideal para quem busca crescer na profissão. “O mercado da aviação está em franca expansão. Semana passada, 12 aeroportos foram privatizados e nos próximos três anos, mais 50 aeroportos farão o mesmo, inclusive o aeroporto Santa Genoveva, de Goiânia. Essa nova configuração vai abrir uma possibilidade para os egressos do curso de Ciências da Aeronáutica”, comemora Salmen.

Na formação, o aluno fará parte de um cenário que vive em contraste com a evolução da mais moderna tecnologia. Ele é apoiado por softwares de última geração e professores preparados para o exercício das metodologias ativas, da pesquisa e da iniciação científica, para construir elementos de discussão dos conteúdos prioritários na atividade. Salmen ressalta que antes da criação dos cursos superiores ligados à aviação, o processo de aprendizado era feito principalmente em aeroclubes, mas o ensino era voltado apenas para fazer o avião sair do chão. “Cursos tradicionais de aviação são voltados apenas para decolar o avião. Temos o compromisso maior com a segurança. Formamos o piloto que recebe uma quantidade muito grande de informações para exercer com eficiência o processo decisório enquanto estiver em voo”. 

Mercado

Alguns alunos do curso já pilotam aviões e estão inseridos no mercado de linhas aéreas, mas buscam adquirir maior conhecimento para poderem crescer no mercado, que é muito competitivo. Ismael Souza Cardoso trabalha como piloto na Latam há 18 anos, mas está fazendo o curso por que almeja crescimento em seu posto de trabalho. “O mercado da aviação é mundial e as empresas internacionais buscam esse diferencial para os profissionais que almejam cargos mais altos dentro da área”, afirma Cardoso.

O profissional da aviação não trata mais só de pilotar ou construir a gestão de empresas ou sistemas, mas de se relacionar com a intensa automação que o exercício da profissão exige. Eles precisam compreender e poder alterar, para melhor, as dinâmicas das malhas aéreas ou sistemas aeroportuários, que, em muitas situações podem sofrer descontinuidade e precisam de profissionais que possam minimizar desgastes que acometem aos seus usuários. Segundo Ismael Cardoso, o piloto precisa ter muito jogo de cintura para garantir a segurança aos passageiros.

“O maior trabalho do piloto é a garantia de segurança. Na aviação temos que lidar com três coisas principais: meteorologia, máquinas e pessoas. Todos esses três fatores podem se comportar de forma instável e é necessário que tenhamos o domínio de todos os recursos para lidar com o imprevisível”, pontua o comandante. Ao ser questionado sobre a primeira vez que o piloto consegue voar sozinho, Ismael respondeu com firmeza. “É inesquecível, mas não há nervosismo, pois para que o piloto chegue nesse estágio do aprendizado ele já deve estar totalmente preparado”.

Além dos alunos que almejam trabalhar em solo, na parte administrativa e de gestão de voos em aeroportos, há pessoas que não querem mais sair da sala de aula. Reinaldo Delfiaco concluiu o curso de Ciências Aeronáuticas na instituição e também já está apto a pilotar aviões, mas decidiu ficar no chão. Ele cursou mestrado em Infraestrutura de Transportes no Instituto Militar de Engenharia na cidade do Rio de Janeiro e fundou uma empresa de consultoria relacionada à aviação. Delfiaco está se preparando para fazer um doutorado e entrar para a docência na graduação. “O meio acadêmico me conquistou por que percebi que dentro da sala de aula posso impactar mais pessoas do que de dentro do cockpit [cabine de pilotagem]”. Afirma Reinaldo.

Para melhorar a qualidade do serviço destes profissionais de nível superior é necessário entender o contexto cultural, econômico, político e social no qual eles exercerão suas atividades. A compreensão e o domínio do idioma inglês é um diferencial, assim como entender o comportamento humano e suas relações. É fundamental manter uma visão preferencial para tudo que se relacione com a segurança, um item de maior importância na planilha de custos em qualquer atividade aérea. (*Especial para O Hoje)  

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