Há quase um mês no cargo de
procurador-geral de Justiça do Estado de Goiás, Aylton Flávio Vechi aponta que
demandas financeiras ainda são prioridades para viabilizar as atividades do
Ministério Público Estadual, inclusive o trabalho de combate à corrupção. O
principal entrave foi o veto do governador Ronaldo Caiado (DEM) à suplementação
de R$ 125 milhões no orçamento do órgão, que foi mantido pela Assembleia
Legislativa no início de março. O momento, segundo o chefe do MP, é de buscar
articulação com o executivo e o legislativo para recompor a previsão de verba,
já que não é cumprida em Goiás a determinação constitucional do duodécimo. Além
do avanço na administração, o novo procurador-geral condena o tratamento
equivocado sobre o trabalho de investigação no órgão. Vechi condena vazamento
de informações preliminares, como a recente denúncia anônima contra o
ex-governador Marconi Perillo, que foi encaminhada à Polícia Federal. “O MP
precisa ter responsabilidade com denúncias e não fazer pirotecnia”, define. 

“Tenho sempre dito que o Ministério Público ganha quando
entrega para a sociedade resultado de apuração. Não adianta alardearmos o que
chega, sem comprovação. O importante é que consigamos entregar um resultado
útil”, confirma Aylton.

Caravana passa

Quando da manutenção do veto ao orçamento do MP pela
Assembleia, Cláudio Meirelles (PTC) criticou o órgão e prestaou solidariedade a
deputados investigados. Vechi garante as investigações e ignora possível
retaliação política.

AGRO X INDÚSTRIA

Setores fundamentais para resultados constantes de
crescimento econômico em Goiás, a indústria e a produção agrícola, que costumam
se completar, mantêm pauta de debate sobre a soja. E o tema foi levado aos
deputados estaduais. A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg),
presidida pelo ex-deputado federal Sandro Mabel, recebeu ontem 13 parlamentares
e os conclamou a se unirem pela industrialização dos grãos produzidos no
Estado. Mabel, apresentou os resultados obtidos pelo Sistema Indústria em Goiás
e no Brasil e criticou: “Temos uma política errada que permite essa farra das
tradings. Não podemos continuar incentivando a exportação dos grãos e
tributando a industrialização da matéria prima. Não queremos prejudicar o
produtor, o que buscamos é que parte desse ouro produzido no Estado fique aqui
e gere empregos e riqueza para a população goiana”, afirmou. Estudo da Caramuru
Alimentos aponta que o porcentual exportado da soja saltou de 29% para 52%, entre
2011 e 2018, enquanto a indústria de processamento opera com 32% de capacidade
ociosa.

CURTAS

Ao inverso – “Ao longo
desse período, Goiás fez o papel contrário do que se prega para ter mais
indústrias e empregos”, definiu Sandro Mabel.

Resultado – Os
deputados costumam ser bastante compreensivo com os interesses de grandes
industriais, mas agora a queda de braço é com a bancada ruralista.

Pedido – O
ex-presidente FHC usou o twitter para pedir “sensatez” ao presidente Jair
Bolsonaro no debate político. “Sem ela, a democracia é difícil”, escreveu.

Bate bola

O próprio líder da base governista na Assembleia
Legislativa, Bruno Peixoto (MDB) questionou ao secretário de Saúde, Ismael
Alexandrino, como serão mantidas as Policlínicas, prometidas por Ronaldo Caiado
na campanha.

Gol aberto

Além da construção, o auxiliar apontou que a manutenção das
novas unidades pelo interior já estaria garantida pela previsão de economia com
a redução de custos e aumento de metas dos contratos com Organizações Sociais
para a gestão de hospitais.

Bateu cabeça

O opositor Gustavo Sebba (PSDB) chegou atrasado à reunião
com Ismael na Alego e reclamou não ter sido avisado e que teria muitas
perguntas. O presidente da comissão, Karlos Cabral (PDT), mostrou o ofício
entregue a todos os gabinetes. Deu ruim.

Desinformado

Outro opositor, Alysson Lima (PRB), usou a tribuna, minutos
depois da visita de Alexandrino, para reclamar de problemas na saúde estadual e
cobrar, por requerimento, a presença do secretário na Casa. Foi alertado pelos
colegas do atraso.

Serviço

A Secretaria de
Saúde de Goiânia divulgou edital para contratação de pediatras de urgência. Vai
credenciar profissionais para a atuação de 20 horas semanais, com salário de R$
11,6 mil, e de 40 horas, com remuneração de R$ 23,2 mil.

Educação

Enquanto o Sintego
contabilizava ontem 200 escolas no início da paralisação de três dias, Caiado
pedia compreensão. “Momento é de apoio”, argumenta o governador.