Isabela Martins*

A Secretaria Municipal de Educação e Esporte (SME) buscou parcerias para criar um sistema digital de avaliação do ensino e aprendizagem nas instituições públicas de Goiânia. O Avalia Goiânia, Sistema de Avaliação Educacional do Município, tem como objetivo incentivar as mudanças e aprimorar a qualidade do ensino que é oferecido na rede municipal.

Utilizar a tecnologia na educação ajuda a oferecer meios para a formulação, reformulação e monitoramento de políticas públicas, avaliando o desempenho dos alunos em momentos e etapas diferentes do ensino de forma a contextualizar as condições em que os processos de ensino e aprendizagem acontecem. Quem utiliza o sistema é o público interno da SME. As avaliações diagnósticas são realizadas em sala de aula e submetidas ao programa por meio de um escaneamento que faz a leitura, correção, sistematiza e libera os dados. 

O professor e diretor acadêmico do Instituto de Pós Graduação e Graduação (IPOG), Carlo Costa Guizelini, destaca que esse tipo de avaliação pode ajudar a melhorar o ensino dos estudantes da educação básica. “Essa proposta tem como alcance e objetivo avaliar o desempenho dos estudantes e permitir que o governo possa ter um cenário em que ele consiga desenvolver rumos para melhorar essa educação”. Segundo ele, é preciso trabalhar de maneira que consiga mudar os índices de educação básica do país. 

Objetivo 

São a partir dos dados que a Secretaria elabora as intervenções pontuais onde a avaliação apontou resultados que não eram esperados. Essa estrutura digital começou a ser utilizada nas Avaliações Diagnosticas de 2019 voltadas para os Ciclos I, II e III do Ensino Fundamental. As avaliações serão realizadas duas vezes, a primeira ocorreu em março e a próxima ocorre no final do segundo semestre. 

O Avalia Goiânia quer incentivar as mudanças de práticas a fim de aprimorar a qualidade do ensino oferecido na rede municipal. Os dados computados permitem que professores e profissionais da educação acompanhem a evolução dos estudantes e ajuda a identificar os aspectos associados à qualidade e efetividade do conhecimento transmitido em sala de aula.

Saeb

O Sistema de Avaliação Básica (Saeb) vai mudar sua forma. A primeira mudança ocorre no nome. A Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) e a Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc), conhecido como a Prova Brasil, deixam de existir com essa nomenclatura. A partir de 2021, todas as avaliações externas serão identificadas como Saeb. O que vai dar a diferença será a indicação da etapa e das áreas do conhecimento avaliadas.

O Saeb só passará a medir a qualidade da alfabetização das crianças em 2021. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), este prazo foi estabelecido em função da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e da política de alfabetização. No ano passado, o governo Michel Temer havia anunciado que os alunos do 2ª ano do ensino fundamental passariam a ser avaliados pelo Saeb em 2019. A prova só era aplicada para o 5ª e 9ª do fundamental e para o 3ª ano do ensino médio. A intenção do governo de incluir os alunos de turmas mais novas seria a de diagnosticar possíveis problemas na aprendizagem da leitura e escrita. 

Em edital publicado na última semana no Diário da União, não há a menção de avaliação com essas crianças. As duas próximas edições do Saeb não incluíram o 2ª ano do fundamental. Até o ano passado a avaliação da alfabetização era realizada por outro teste chamado de ANA. O professor destaca a importância desse tipo de avaliação. “Esse tipo de avaliação é importante, já que vai envolver desde a direção até os alunos das escolas, de forma que possa avaliar a qualidade, equidade e eficiência da educação”, afirmou.

Participam do Saeb em 2019 todas as escolas públicas com mais de 10 alunos do 5ª ao 9ª ano do fundamental e o 3ª ano do médio. Amostra de escolas particulares com mais de 10 alunos nessa mesma área, escola públicas com mais de 10 alunos no 9ª ano, e amostra de creches e pré-escolas para aplicar uma avaliação em caráter piloto. (Isabela Martins é estagiária do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)