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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
direitos

Coreia do Sul retira proibição ao aborto

Nove juízes da corte decidiram que processar mulheres que passaram por esse procedimento, assim como os médicos responsáveis, contraria as leis locais

Suzana Ferreira Meirapor Suzana Ferreira Meira em 10 de abril de 2019
Coreia do Sul retira proibição ao aborto
Nove juízes da corte decidiram que processar mulheres que passaram por esse procedimento

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O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul declarou hoje
(11) inconstitucional a proibição do aborto no país e invalidou uma lei de 1953
que criminaliza a prática. Os nove juízes da corte decidiram que processar
mulheres que passaram por esse procedimento, assim como os médicos responsáveis,
contraria as leis locais.

A
Coreia do Sul era um dos poucos países industrializados a
criminalizar o aborto, com exceções para casos de estupro, incesto e quando há
riscos para a saúde da mãe. A corte determinou que a lei, que visava a proteger
vidas e os valores tradicionais do país, passe por uma revisão no próximo ano.

“A
proibição ao aborto limita os direitos das mulheres de perseguir seus próprios
destinos e viola o direito à saúde, ao restringir o acesso a procedimentos
seguros e pontuais”, afirmava a declaração da corte. “Os embriões
dependem completamente do corpo da mãe para sua sobrevivência e
desenvolvimento, então não se pode concluir que sejam seres vivos separados,
independentes que têm o direito à vida.”

Centenas
de mulheres, inclusive adolescentes e portadores de deficiências, comemoraram
em frente ao Tribunal Constitucional, onde a decisão foi anunciada. Sob a
proibição, as mulheres podem receber penas de até um ano de prisão e uma multa.
Os médicos que fizerem o procedimento podem ser presos por até dois anos.

A
proibição, constantemente ignorada no país, resultou em poucos indiciamentos,
mas muitos ativistas alegam que deixa as mulheres em dificuldade para arcar com
os custos desses procedimentos, muitas vezes inseguros e que geram exclusão social.
Eles afirmam as mulheres mais jovens e solteiras são as mais vulneráveis aos
estigmas relacionados ao aborto.

Líderes religiosos lamentaram a decisão dos
juízes, entre eles os de algumas das grandes igrejas evangélicas que defendiam
a proibição. A Conferência dos Bispos da Coreia do Sul afirmou lamentar
profundamente a opinião da corte. “A decisão nega aos embriões, que não
têm a capacidade de se defender, o direito à vida”, disseram os bispos. (
Agência Brasil).

*Com informações da Deutsche Welle (agência
pública da Alemanha)

 

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