Proprietário de restaurante nobre de Goiânia é investigado por lavagem de dinheiro
Além disso, Guilherme Moreira, dono do Restaurante Bienna, é suspeito de apropriação de coisa havida por erro. Um carro de luxo do mesmo foi apreendido
Da Redação
A Polícia Civil do Estado de Goiás, por intermédio da 8ª Delegacia Distrital de
Polícia de Goiânia, deflagrou na manhã desta quinta-feira (25), a “Operação Bienna”, destinada
ao cumprimento de Mandado de Busca e Apreensão, bem como o sequestro de um veículo de
luxo esportivo, avaliado em aproximadamente R$ 280 mil. O mandado de busca e apreensão foi cumprido em uma casa de luxo localizada em um condomínio de luxo, na Região Sudoeste de Goiânia local onde reside o empresário Guilherme Moreira, proprietário do
Restaurante Bienna.
De acordo com as investigações, entre os dias 26 e 27 de dezembro de 2018, por
uma falha no sistema de conciliação de vendas com cartões de crédito/débito, ocorreram créditos indevidos em contas correntes de centenas de clientes por todo o
Brasil. Um desses clientes é a empresa Estevam Carnes Nobres e Exóticas Eireli (Bienna Cortes Especiais, Carnes Nobres E Exoticas), que viu creditada em sua conta a quantia de cerca de R$
18,6 milhões.
Ao perceber o elevado valor na conta, ainda no dia 27 de dezembro, Guilherme Moreira,
proprietário da empresa, apropriou-se de parte desse valor e, com o escopo de dissimular/ocultar
visando dar-lhe aparência lícita, realizou transferências eletrônicas por meio de internet banking
que juntas somam R$ 1.129.794,58 (um milhão, cento e vinte e nove mil, setecentos e
noventa e quatro reais e cinquenta e oito centavos). As transferências foram realizadas para
a conta do pai, para outra conta da empresa mantida em outra instituição financeira e para outras empresas. Todavia, essas transferências não foram concretizadas, pois conseguiu-se o bloqueio
das operações.
Porém, fora concretizada uma transferência no valor de R$ 280.000,00 (duzentos
e oitenta mil reais) como pagamento referente a um veículo importado na cor vermelha. Tal veículo, segundo as investigações, foi registrado no nome de uma amiga de Guilherme.
As condutas de Guilherme configuram, segundo a polícia, os crimes de apropriação de coisa
havida por erro e de
lavagem de dinheiro. As penas podem variar, então, se condenado, entre 3 e 11 anos de prisão e multa.
De acordo com a polícia, a operação foi denominada “Bienna” por dois fatores: além de se
tratar do nome fantasia do estabelecimento comercial de Guilherme, Bienna é uma
cidade localizada na Suiça, país que, por várias décadas, esteve entre os maiores paraísos fiscais
do mundo.
Em
nota, a defesa informou que: “O
proprietário do restaurante esclarece que não houve apropriação indevida do
valor apontado pelo banco. Tudo será esclarecido e comprovado tão logo seja
oportunizado o direito de defesa na ação penal que, sequer, foi ajuizada. A
operação policial trata-se de equívoco jurídico, e o problema se deu devido a
um erro na prestação de serviço da instituição bancária que, além do depósito
indevido, ao perceber a falha, também bloqueou todas as contas do empresário, o
que impossibilitou a devolução imediata do valor que já havia sido retirado da
conta para pagamentos diversos, inclusive para a quitação do carro citado, que
já havia sido comprado. O empresário afirma que, após o desbloqueio das contas,
tentou um acordo com o banco, que não foi concretizado devido a não
concordância com as taxas de juros e multas. Com isso, a solução está sendo
buscada na justiça, num processo aberto pelo próprio empresário”.