Reforma do Parque Areião deve durar um ano
Equipes estão trabalhando na revitalização dos banheiros públicos e levantamento dos trechos danificados da calçada interna do Parque Areião
Igor Caldas*
As obras de revitalização do Parque Areião tiveram início em julho do último ano. O término estava previsto para setembro, mas os danos causados pelo último incêndio que ocorreu no Parque, no mesmo mês, fez com que o período das obras se alongasse. A nova previsão é que até o fim deste semestre a reforma esteja concluída. Segundo a Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA), o trabalho está sendo feito em ritmo acelerado e pode ser finalizado antes do prazo previsto.
As equipes estão trabalhando na revitalização dos banheiros públicos, levantamento dos trechos danificados da calçada interna do parque, reforma do gradil e troca de brinquedos danificados da Vila Ambiental.
Além de tentar cobrir os problemas estruturais do parque, os dois incêndios que atingiram vários locais do Areião causaram ainda mais problemas. O anfiteatro a céu aberto foi totalmente destruído, mas teve sua reforma concluída em fevereiro. Agora as equipes estão concentrando na fase final da revitalização, acabamentos de paisagismo, estrutura elétrica, e na construção de calçada que ligará o anfiteatro a céu aberto à Vila Ambiental. Partes da calçada interna do Parque ainda não foram trocadas. As casas da Vila Ambiental tiveram o telhado trocado e os brinquedos de madeira foram substituídos por outros, feitos de plástico.
Para diminuir o impacto das águas da chuva nas erosões dentro das trilhas do parque, a Amma designou uma equipe com arquitetos e engenheiros para fazerem um levantamento dos locais danificados e medir a quantidade necessária de revestimento de concreto para impermeabilizar o solo e permitir o escoamento da água.
A reforma das calçadas e das entradas do parque também estão previstas. Segundo a Agência, o gradil que circunda o parque será mantido e serão adicionados mais algumas passagens para a população ter o melhor acesso ao seu interior.
A Amma explica que não foi feito nenhum processo licitatório para custear a reforma do parque orçada em R$ 800 mil. A Agência optou pela Compensação Ambiental, prevista no Artigo 36 da Lei Federal nº 9.985/2000. O qual determina que nos casos de licenciamento ambiental de significativo impacto, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidades de conservação.
Assim sendo, a reforma do Parque Areião está sendo custeada por empresas e empreendedores que tem Compensação Ambiental com a Agência Municipal do Meio Ambiente. Ou seja, empresas com licenciamento ambiental usarão do custeamento para contrabalançar os impactos ambientais previstos ou já causados na implantação dos empreendimentos.
Pedro Narcísio Queroso utiliza a estrutura do parque todos os dias. Ele usa o espaço para relaxar, se exercitar e escutar música ao final da tarde. Pedro afirma que as obras da reforma estão sendo muito demoradas, mas confessa estar aliviado com a proximidade da conclusão. “Demorou demais. Já era para a reforma ter sido feita e parece que vai demorar mais um pouquinho. Mas, estou achando bom. Pelo menos dá para ver que eles estão agindo”. Narcísio também relata que a principal mudança que sentiu com os trabalhos foi a recolocação do gradil. Ele acha que as estruturas contribuem com o fator de segurança, pois ajuda a coibir a ação de criminosos.
Grades
“Na situação que a gente está, quanto mais coibir a ação dos bandidos, melhor. Então eu acho importante a colocação das grades por que elas impedem que eles se escondam dentro do mato na parte da noite”, afirma Narcísio. No entanto, as grades não fazem com que ele se sinta seguro no Parque. “Eu não venho sozinho aqui à noite. No máximo até as oito ou nove horas da noite e só se estiver acompanhado de duas ou três pessoas. E também, mesmo de dia, eu carrego só um sonzinho. Celular e relógio eu não levo comigo”.
Márcia Sampaio também utiliza a estrutura do parque diariamente para praticar exercícios de caminhada e passear com o cachorro. Ela também afirma que a reforma está demorando muito, mas que é positiva para a comunidade. No entanto, acredita que as grades, por si só, não resolverão o problema de segurança do Parque Areião. “Aqui é muito perigoso pela falta de não ter guardas direto. Até de dia eu acho perigoso, à noite então, é muito mais. Aqui tinha que ter mais luz. Quase não tem iluminação. Pra gente se sentir seguro tem que ter luz e mais guardas circulando pelo parque”, afirma Márcia.
Parceria entre AMMA e UFG resulta em atividades educativas
Uma parceria entre a Universidade Federal de Goiás e a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) está surtindo efeito. Este mês a pró-reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Goiás (UFG) com professores de oito unidades acadêmicas da UFG estiveram no Parque para começarem a planejar atividades e projetos para o uso do Parque em ações educativas, principalmente na Vila Ambiental. Estiveram presentes professores da área de veterinária, zootecnologia, odontologia, biologia, educação física e dança, nutrição, engenharia civil e ambiental e música.
O presidente da Amma, Gilberto Marques Neto, e o Reitor da Universidade Federal de Goiás, Edward Madureira, se reuniram na última semana para traçar os próximos passos dessa parceria. Os professores da Universidade devem apresentar formalmente os projetos que serão feitos na Vila Ambiental do Parque Areião. Serão apresentados minicursos, palestras, atividades educativas e aulas e modalidades esportivas.
A parceria já vem mostrando resultados práticos para estudantes da UFG. O professor de engenharia civil e ambiental Emiliano Lobo de Godoi realiza, pelo menos duas vezes por mês, aulas práticas dentro do auditório da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) para alunos da disciplina sobre licenciamento e gestão ambiental. Os estudantes entram em contato com os técnicos de licenciamento ambiental que realizam uma aula prática por meio de uma conversa aberta com os estudantes.