Ex-governador José Eliton presta depoimento à CPI da Enel
Oitiva com o ex-governador Marconi Perillo estava prevista para quinta-feira mas foi suspensa
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Da Redação
Após ouvir e interrogar o ex-governador José Eliton (PSDB) e deliberar sobre três requerimentos em pauta, o deputado Henrique Arantes (PTB), presidente da CPI da Enel, declarou encerrada a oitava reunião ordinária do colegiado. O encontro esteve em andamento na manhã desta terça-feira, 14, no Auditório Solon Amaral da Assembleia Legislativa (Alego).
Antes do encerramento, o presidente da CPI informou, no entanto, que a próxima reunião ordinária, prevista para ser realizada preferencialmente nas manhãs de quintas-feiras, deverá ser convocada via memorando, caso ainda ocorra nesta semana.
No mais, mantém-se confirmada a agenda de oitivas das semanas subsequente, quando deverão ser ouvidos, então, o diretor jurídico e o presidente geral da Enel Brasil, Antônio Basílio Pires Albuquerque e Nicola Cotugno. Eles deverão comparecer a esta Casa de Leis, respectivamente, nos dias 23 e 30 do presente mês.
Em seu depoimento, José Eliton, que, antes de integrar a Governadoria do estado, esteve à frente da presidência da antiga Celg, durante o ano de 2011, afirmou que lutou, na ocasião, para que a empresa permanecesse sob o domínio estatal. Ele citou um série de investimentos que foram realizados, na época, para a recuperação integral da companhia, como a construção de novas linhas e subestações no interior de Goiás e a retomada do Programa Luz para Todos, em parceria com o Governo Federal.
A principal preocupação dos parlamentares trazida para a oitiva com Zé Eliton esteve de fato voltada para a elucidação de questões que conduziram ao processo de privatização do setor energético em Goiás. Em razão disso, foi aprovado requerimento que solicita, por exemplo, a vinda do também ex-governador Maguito Vilela (MDB), que esteve à frente do Estado durante os anos de 1995 e 1999, período em que foi realizada a venda da Usina Hidroelétrica de Cachoeira Dourada.
Segundo Eliton, a alienação deste patrimônio, originalmente pertencente à Celg, teria dado início ao processo de sucateamento que culminaram, em 2017, na total privatização da estatal.
Esta foi a quarta oitiva do colegiado. Antes, já foram também ouvidos representantes da Agência Goiânia de Regulação (AGR) e da própria Enel em Goiás.
Questionada a respeito da compra legal da Celg, a Enel informou que a mesma foi confirmada pelo BNDES como vencedora do leilão para aquisição de aproximadamente 94,8% do capital social da Celg Distribuição S.A. (“CELG”), distribuidora de energia que opera no Estado de Goiás.
“Como anunciado no dia 30 de novembro, a oferta financeira apresentada pela Enel Brasil foi de R$ 2,187 bilhões (aproximadamente 640 milhões de dólares americanos). Depois da compra da CELG, a base de clientes da Enel no Brasil passará dos atuais sete milhões para dez milhões. O número de clientes do Grupo Enel a nível global alcançará cerca de 65 milhões, dos atuais 62 milhões”, relata.