Estudantes realizam manifesto em Goiânia contra corte de verbas na Educação
Este é o segundo protesto contra bloqueio de recursos proposto pelo Governo Federal
Foto: Eduardo Marques
Eduardo Marques
Cerca de 15 mil pessoas entre estudantes, professores e servidores públicos realizaram na tarde desta quinta-feira (30) uma manifestação pacífica contra o contingenciamento de recursos para educação pública federal e a Reforma da Previdência. Este é o segundo grande protesto contra o Governo Bolsonaro. Iniciado na Praça Universitária, o ato seguiu em direção à Praça dos Bandeirantes, no centro da capital. A Polícia Militar (PM) acompanhou a caminhada, mas não informou o cálculo do público.
Segundo os manifestantes, boa parte das pesquisas e das condições de estudo serão prejudicadas pela falta de recursos para estrutura, laboratório e assistência estudantil, como bolsas e restaurantes universitários.
“Diversos reitores e dirigentes de instituições de ensino já declararam que as mesmas podem parar de funcionar até a metade do ano se os cortes não forem revertidos”, disse Stefany Kovalsky, diretora nacional da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).
“A dita balbúrdia produz 90% da ciência do nosso país, nós não aceitaremos o sucateamento das nossas Universidades e Institutos Federais”, ressaltou uma das manifestantes ao repudiar uma declaração do ministro da educação Abraham Weintraub.
Paralelamente contra o bloqueio de verbas para a educação federal, os estudantes também protestaram em oposição ao que eles dizem “corte” de recursos da Universidade Estadual de Goiás (UEG). De acordo com alguns deles, o governador Ronaldo Caiado (DEM) “cortou 30% do orçamento e exige que 80% dos servidores temporários sejam demitidos, além do fechamento de alguns Campus da instituição”.
Segundo Stefany Kovalsky, a UEG pertence ao Estado de Goiás e ao povo goiano. “A UEG é um patrimônio de Goiás, trouxe a interiorização do ensino superior no Estado com 41 Campus em 39 cidades e a possibilidade de mais de 120 mil pessoas acessarem a universidade”, disse a diretora da Ubes.
Também contrários à Reforma da Previdência, os manifestantes afirmaram que, caso seja aprovada, a medida prejudicará os brasileiros. “Essa Reforma apresenta várias tragédias para juventude brasileira. O desastre de desproteção na velhice fica clara, quando se propõe idade mínima de 65 anos para se aposentar e contribuição de 49 anos”, destacou uma estudante que não quis se identificar.
Para ela, essa Reforma “expulsa a juventude da escola e a empurra precocemente para o mercado de trabalho em decorrência do imperativo de sobrevivência financeira das famílias que não mais terão acesso à renda previdenciária e assistencialista para complementar o orçamento familiar”, disse.
O movimento contou também com apoio de lideranças políticas e filiados ao PCdoB, PT, PSOL, além de diversas entidades sindicais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Goiás (Sintego).