Conselho Deliberativo do Ipasgo reajusta contribuição de agregados em 21%
Aumento, segundo o Instituto, ocorre em razão do alto déficit do órgão e das dívidas deixadas pelo governo anterior
Eduardo Marques
O Conselho Deliberativo do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo) aprovou, por 5 votos a 4, nesta terça-feira (11) o reajuste de 21,56% a contribuição dos agregados. Aumento, segundo o Instituto, ocorre em razão do alto déficit do órgão e das dívidas deixadas pelo governo anterior. Entidades representativas dos trabalhadores criticam medida e afirmam que vão recorrer. Reajuste deve afetar cerca de 600 mil pessoas em todo o Estado.
Conforme o Ipasgo, o índice aprovado para o ano de 2019 chegou aos patamares atuais porque não houve recebimento do Estado entre 2016 a 2018. “Em função do fato dos gestores anteriores irresponsavelmente não terem respeitado as aplicações obrigatórias da correção, nem tampouco seguirem as determinações, sendo assim inferiores aos índices apontados tecnicamente, gerou-se uma defasagem no período citado”, diz a nota.
De acordo com o texto, antes de concluir os estudos técnicos, a atual gestão do Ipasgo pagou cerca de R$ 360 milhões em dívidas com a rede credenciada, em relação às faturas de outubro, novembro, dezembro e parte de setembro de 2018. Os pagamentos de janeiro e fevereiro deste ano, que somavam R$ 240,9 milhões, também já foram efetuados. “A gestão atual também implantou medidas de contenção de gastos administrativos que permitiram uma economia anual de quase R$ 40 milhões”, ressalta o texto.
A fatura referente a dezembro, que somava R$ 119,7 milhões, também foi escalonada e os pagamentos tiveram início em março. A primeira parcela, para pessoa física, correspondente a R$ 19,4 milhões, foi repassada em 21 de março. Já a quitação dos cadastrados como pessoa jurídica, no valor de R$ 100 milhões, começou no dia 27 de março e terminou no dia 29. Os pagamentos de janeiro e fevereiro deste ano, que somavam R$ 240,9 milhões, também já foram efetuados.
Trabalhadores
A presidenta do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (SindSaúde-GO) e vice-presidenta do CDI, Flaviana Alves, critica o aumento. Para ela, não houve clareza nos números apresentados pela direção do Instituto. “Nós, representantes dos servidores, consideramos os dados bastante frágeis e tivemos um tempo muito curto para analisar os números”, afirmou. De acordo com ela, uma primeira reunião foi realizada há cerca de 15 dias. Na ocasião, foram pedidos dados da receita e despesa por competência. Porém, conforme expõe ela, só foram apresentados dados “do possível déficit apenas por recebimento do Estado”.
Cobrando o Governo Estadual a quitação de débitos com os servidores, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima, disse que esse valor é injusto com os agregados. “Todas as entidades que compõem as categorias dos servidores públicos são contra esse aumento. Primeiro porque o Governo deve R$ 310 milhões ao Ipasgo. Só nesse percentual que o Governo deve já resolveria a questão do deficit anual. O segundo motivo que nós precisamos é que o Governo pague aos servidores o mês de Dezembro, data base, piso para os professores. Nós não pagaremos esse reajuste de 21%. Não é justo os servidores pagarem essa conta. Vamos a Justiça se for preciso for”, declarou.