México divulga possível gravação de rádio com voz de Frida Kahlo
Governo mexicano anunciou a descoberta com cautela; estudos indicam que se trata da voz da pintora, mas não é possível confirmar
Da Redação
Poucos ícones mexicanos desfrutam de um reconhecimento
maior do que o da pintora Frida Kahlo, mas sua voz parecia condenada ao esquecimento.
Mas na última quarta-feira (12), quando a Biblioteca Nacional de
Música do México divulgou uma gravação de rádio que aparentemente registrou a
artista recitando fragmentos de Retrato
de Diego, texto sobre seu marido, o pintor Diego Rivera, que escreveu em 1949.
O governo mexicano anunciou
a descoberta com cautela, dizendo que estudos indicam que a gravação é da voz
de Frida, mas reconhecendo não ser capaz de confirmá-lo.
“É uma descoberta que tem muitos elementos que podem ser
identificados como a voz provável de Frida Kahlo, mas não é 100% certo”,
disse a secretária da Cultura, Alejandra Frausto.
Frida, que passou longos
períodos acamada depois de um acidente trágico na juventude, criou cerca de 200
pinturas, esboços e desenhos, a maioria autorretratos, nos quais transformou
sua desventura em trabalhos de colorido ousado e força emblemática. Ela
conquistou fama internacional após sua morte, em 1954, e após os anos 1970
emergiu como ícone feminista.
Pavel Granados, diretor da
Fonoteca, a Biblioteca Nacional de Música, disse que o áudio foi recuperado em
janeiro do piloto de um programa do conhecido radialista mexicano Álvaro Gálvez
y Fuentes e data de 1953 ou 1954, pouco antes de a pintora morrer aos 47 anos
após sofrer de gangrena e depressão.
No áudio, que dura menos de
dois minutos, uma voz jovial e penetrante, transbordante de energia, diz sobre
Rivera que “ele é um meninão, imenso, com um rosto amistoso e um olhar
triste. Seus olhos saltados, escuros, muito inteligentes e grandes são difíceis
de conter, quase fora das órbitas por causa das pálpebras inchadas que se
projetam como um sapo”.
As investigações
continuarão, disse Granados. “A voz de Frida é um grande enigma… Tem
sido uma busca constante desde que a Fonoteca começou.” O jornal The Guardian publicou
no YouTube o trecho da gravação.
Ouça abaixo.