Início turbulento do senador
Em semana turbulenta, parlamentar saiu do partido, se envolveu em polêmica com eleitores e agora diz que pode renunciar ao mandato
Dayrel Godinho
Especial para O Hoje
Sempre em envolvido em polêmicas o senador Jorge Kajuru (sem partido) teve uma semana bastante conturbada. Até segunda-feira (1º) tudo estava tranquilo, o parlamentar, que utiliza suas redes sociais para mediar uma locução com os eleitores e quem o acompanha nas redes.
No entanto tudo mudou quando o senador anunciou na terça-feira (2), que sairia do PSB, para atuar sem partido no Senado e o piorou quando o político xingou eleitores na última quinta-feira (4), quando deu uma entrevista para um portal. Questionado sobre comentários de expectadores sobre a flexibilização do porte de armas e sobre a sua saída do PSB, o senador soltou o verbo e xingou os supostos eleitores que estariam comentando, e afirmou que eles não entendiam sua posição.
Até que, após a discussão e toda repercussão, o senador, que bloqueou sua conta no Twitter, para limitar os seus tuítes aos seus seguidores na última sexta-feira, afirmou que estaria com o intuito de renunciar o mandato de senador. “Não preciso disso e parece não valer a pena, pois não há reconhecimento”, ponderou em sua rede social. “Muitos gostam do malandro, corrupto, falso e hipócrita”, acrescentou Kajuru, afirmando que decidirá seu futuro até segunda-feira (7).
A polêmica
Isto tudo se deu porque o senador, ao dar uma entrevista ao vivo para um “vlog bem direita”, como afirmou em sua conta, o senador xingou supostos eleitores goianos que o acompanharam pela transmissão.
O PSB nacional, seu antigo partido, recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), junto a partidos da oposição, contra o decreto assinado pelo presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) em maio. Kajuru deu voto contrário ao decreto de armas, no entanto, ele utilizou a tribuna para defender o porte e posse de armas no Brasil. Alguns eleitores não entenderam o posicionamento de Kajuru e foram bater boca nas redes sociais do Senador.
O senador, ao ser questionado sobre sua posição sobre a posse de armas, afirmou que os expectadores não “entendiam” sua posição, tanto que ele saiu do seu partido anterior. “Eu respeito todo comentário. [Resposta sobre saída do partido] Porque não sou de direita, nem de esquerda. Não sou de oposição. Sou posição, tanto que eu saí do PSB. Sou muito livre”, afirmou o senador. No vídeo do Portal Kajuru continuou, e xingou àqueles que “em alguns comentários” o desrespeitou.
Questionado se ele estaria dando esta resposta a quem votou nele, o senador afirmou que esta resposta é para àqueles que não o entendem, eleitores ou não. Ao ser questionado se os expectadores seriam de goianos, ou não, o senador afirmou que “eles também”. “Não quero ser mais nada. Terminando meu mandato, vou morar em Búsios. Não sou obrigado a fazer média com eleitor ignorante”, criticou Kajuru, que estava sendo assistido por dez mil expectadores, segundo “Lisboa” (que estava entrevistando o senador).
No vídeo, inclusive, ele foi questionado se pretendia renunciar, porque os eleitores estariam votando em quem eles supostamente discordariam. “Renunciar por quê? Esse eleitor é maioria?”, insinuou. “Eu não acredito que sejam maioria” que pensa diferente dele, terminou Kajuru.
Depois desta discussão, o senador independente pediu desculpas aos seus eleitores. “Quando erro, volto atrás rápido. Peço desculpas pala palavra de baixo nível que usei. É que ser covardemente injustiçado dói demais”, publicou o senador em sua conta no Twitter. Kajuru justificou o destempero afirmando que estava hospitalizado e com hipoglicemia e perdeu a paciência com perguntas de seguidores. “Peço desculpas, mas sou humano”, disse o senador, que afirmou que não gosta muito de provocações.
Saída
No início da semana, o senador anunciou o abandono ao PSB após se reunir com o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira. A primeira saída foi porque o PRP resolveu se fundir com o Patriota por conta da cláusula de desempenho. Do PSB, no entanto, se deu porque houve discordâncias que tiveram início com o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e se agravou com a posição do senador em relação ao porte de armas. O partido é contra, e o senador tinha defendido a pauta.
Suplente
O primeiro suplente, eleito com Kajuru é Benjamin Beze Jr. (Patriota), que pode assumir o mandato, caso Kajuru decida renunciar o mandato. O empresário anapolino que declarou R$19,1 milhões no último pleito seria o segundo suplente a assumir a cadeira do senado somente em 2019.