Fake news preocupam especialistas
Especialista diz que não há “solução mágica” para combater fake news. Foto: Agência Brasil
Da Redação
A propagação de notícias falsas na Internet nas disputas municipais de 2020 preocupam especialistas no assunto. O tema foi objeto de debate no seminário “Internet, Desinformação e Democracia”, realizado ontem (24) em São Paulo e promovido pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil ( CGI.br). Na avaliação da professora e diretora do grupo de especialistas em desinformação da Comissão Europeia – órgão executivo da União Europeia, Madeleine de Cock Buning, não há apenas uma solução que dê conta do problema.
Para a professora, o uso do termo “desinformação” é mais preciso do que fake news, nome apropriado por alguns políticos e seus apoiadores para desvalorizar notícias que os desagradam. “Nosso trabalho é definir o escopo do problema e formular recomendações”, afirmou. Para Madeleine, a disseminação de notícias falsas está vinculada à desconfiança no conjunto das instituições, gerando um desinteresse no que elas apresentam como verdade. “Em muitos casos, pessoas preferem acreditar naquilo que confirma suas opiniões, evitando posições críticas.”
Código de práticas
O grupo elaborou um código de práticas para plataformas digitais como Facebook, Google, Twitter e Amazon, baseado em uma série de princípios que definem atitudes que as companhias devem adotar. Algumas das práticas indicadas são as seguintes:
– garantir transparência e formas de fiscalização pública sobre seu funcionamento e maneira como gerem o conteúdo de seus usuários;
– distinguir claramente o conteúdo, patrocinado e não pago, publicado pelos usuários.
– melhorar a visibilidade de notícias precisas e confiáveis e facilitar o acesso dos usuários a essas reportagens;
– colocar, junto a notícias de grande visibilidade na plataforma, sugestões de conteúdos relacionados que permitam outras perspectivas sobre um determinado fato;
– prover ferramentas amigáveis para permitir aos usuários estabelecer links com checadores de fatos de modo a conferir se há questionamento sobre as publicações que recebe;
– nas políticas de identificação de notícias apontadas como falsas (flagging, no termo em inglês), implantar salvaguardas para evitar abusos por usuários;
– fornecer dados relevantes sobre a operação de seus serviços para pesquisadores independentes;
* Com informações da Agência Brasil