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domingo, 24 de novembro de 2024
Internacional

Petrobras pode ser punida nos EUA se fizer negócios com empresas do Irã, diz Ernesto

Declaração de Araújo ocorre poucas horas depois de o presidente do STF ter determinado que a petroleira brasileira forneça combustível às duas embarcações

Postado em 25 de julho de 2019 por Leandro de Castro Oliveira
Petrobras pode ser punida nos EUA se fizer negócios com empresas do Irã
Declaração de Araújo ocorre poucas horas depois de o presidente do STF ter determinado que a petroleira brasileira forneça combustível às duas embarcações

Da Redação

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, afirmou nesta quinta-feira (25) que a Petrobras pode sofrer punições nos Estados Unidos caso faça negócios com empresas iranianas sancionadas por Washington, como é o caso dos navios Bavand e o Termeh parados em Paranaguá, no Paraná.

A declaração de Araújo ocorre poucas horas depois de o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, ter determinado que a petroleira brasileira forneça combustível às duas embarcações, que estão há quase 50 dias no porto paranaense sem poder retornar ao Irã por falta de óleo.

A Petrobras vinha se recusando a efetuar a operação sob a justificativa de que os navios estão na lista de empresas sancionadas pelos Estados Unidos. O argumento da companhia brasileira era que, ao fornecer o combustível, a própria Petrobras estaria sob risco de sofrer penalidades pelas autoridades americanas -opinião agora endossada pelo chanceler.

“Nós temos chamado a atenção para o fato de que a Petrobras poderia estar sujeita a prejuízos nas suas atividades nos EUA. Isso continua sendo o caso. Parece que, de acordo com medidas que estão em vigor, determinado comportamento da Petrobras pode ter esse tipo de repercussão. É o que tínhamos chamado atenção antes e achamos que a situação permanece”, disse Araújo, após uma declaração à imprensa ao lado ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi, no Palácio do Itamaraty.

Apesar da declaração, Araújo ressaltou que o tema dos navios de bandeira iraniana está na Justiça e que a determinação judicial precisa ser seguida por todas as partes. “Existe o Estado da lei, as companhias atuarão de acordo com a determinação da Justiça”, concluiu o chanceler.

A decisão de Toffoli foi tomada na noite de quarta-feira (24). O presidente do STF argumentou que a empresa brasileira Eleva Química – responsável pelas embarcações- não está na lista de agentes sancionados pelos EUA. As embarcações trouxeram ureia ao Brasil e deveriam retornar com milho ao país persa.

O Bavand já tem embarcado quase 50 mil toneladas de milho e o Termeh aguarda o carregamento de outras 60 mil toneladas. A carga é avaliada em aproximadamente R$ 100 milhões. Toffoli – que decidiu o caso após uma disputa judicial nas instâncias inferiores – também argumentou prejuízos causados à balança comercial do país com o Irã, que é o maior comprador de milho brasileiro. Ele disse ainda que não há possibilidade de a Petrobras sofrer sanções dos EUA, uma vez que o reabastecimento será feito por ordem judicial.

Ao comentar o caso dos navios iranianos, o presidente Jair Bolsonaro disse que o Brasil está alinhado à política dos EUA de sanção econômica contra o Irã.  “Existe esse problema, os EUA, de forma unilateral, têm embargos levantados contra o Irã. As empresas brasileiras foram avisadas por nós desse problema e estão correndo risco nesse sentido”, afirmou o presidente na sexta (19).

No domingo (21), Bolsonaro reafirmou sua posição. “Sabe que nós estamos alinhados à política deles. Então, fazemos o que tem de fazer”, disse o mandatário.

 

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