Prefeitura de Goiânia investe na saúde bucal
Coordenadora de Saúde Bucal do Município, Vanessa Baêta, explica como funciona o atendimento odontológico na Capital.
Igor Caldas
Especial para O Hoje
No período de janeiro a junho deste ano em Goiânia, no atendimento odontológico geral (clínico geral, urgência e centros de especialidades) foram 74.615 pacientes. Somente na urgência foram 8557 atendimentos odontológicos. Se somado as ações educativas e de prevenção a esses procedimentos, foram cerca de 295 mil procedimentos no mesmo período de 2019.
Moradores da região Noroeste foram beneficiados com a abertura da nova sede do Centro de Saúde da Família Novo Planalto (CSF) no último dia 25. O Centro também oferece atendimento odontológico para a população. A unidade vai contar com consultórios odontológicos e equipes de Saúde Bucal (ESB). A equipe de reportagem do Jornal O Hoje conversou com a coordenadora de saúde bucal do município, Vanessa Baêta, para saber como é feito o atendimento odontológico prestado pelo município em toda Capital.
Vanessa afirma que para o paciente que está sentindo dor e desconforto, há pelo menos 10 unidades odontológicas de urgência e emergência onde pode ser atendido. Nessas unidades podem ser feitos procedimentos de canal e extrações de dentes que causam incômodo. Se o paciente não tiver quadro de dor ele pode fazer o atendimento clínico que é feito na atenção primaria, nos Centros de Saúde da Família.
“Nos Centros de Saúde da família temos três equipes de saúde bucal. Além do atendimento clínico, também é feito o atendimento básico em escolas e residências, como aplicação de flúor em crianças e visitas domiciliares para pacientes que não têm condições de comparecer à unidade”, Vanessa ainda afirma que nesses centros de saúde tradicionais, é realizado apenas o atendimento clínico básico, que é restauração, extração dentária, profilaxia, limpeza e raspagem.
Se o paciente precisar fazer tratamento odontológico especializado, deverá comparecer na atenção secundária, nos Centros de Especialidade Odontológica (CEO). Existem quatro dessas unidades no município: No setor Cândida de Morais, Região Noroeste; outro na Região Norte, no CIAMS do Urias Magalhães; na Região Leste no CAIS do setor Novo Mundo, e na Região Sudoeste, dentro do CIAMS Novo Horizonte.
“Para procedimentos odontológicos de média complexidade, o cidadão deve procurar os Centros de Especialidade Odontológica (CEO) que contam com a presença de um cirurgião bucomaxilofacial e atendimento de odontopediatria para crianças de 0 a 6 anos”, explica a gerente. Esses Centros oferecem tratamento de canal, procedimentos cirúrgicos na gengiva e tratamento odontológico para portadores de necessidades especiais. Também podem ser feitas extrações de molares, prevenção e diagnóstico de câncer bucal nesses locais.
Aparelho dental
Para quem precisa usar aparelho dental, somente no CEO do Novo Horizonte esse tratamento é oferecido e apenas para crianças de 11 a 15 anos. É lá também que se localiza o laboratório de próteses com especialistas e técnicos em moldagem e fabricação desses dispositivos.
Para procedimentos odontológicos de alta complexidade, o paciente deve ser encaminhado para unidades de saúde do Estado. Tratamento de câncer bucal, e alguns procedimentos cirúrgicos para pacientes portadores de necessidades especiais que necessitam de anestesia geral porque possuem limitações para cooperar com os tratamentos odontológicos convencionais.
Projeto quer obriga assistência odontológica em UTIs
A vereadora Léia Klebia (PSC) propõe por meio do projeto de lei 2019/00199, em tramitação na Câmara, a assistência odontológica obrigatória a pacientes internados em unidades hospitalares do município. As ações consistiriam em cuidados de saúde bucal, prevenção, higiene e tratamento, quando necessário. A proposta ainda prevê o atendimento dos pacientes em regime domiciliar, na modalidade home care.
A expectativa da vereadora é que o projeto deva ser votado na retomada dos trabalhos da Câmara Municipal ainda neste semestre. A PL não está inclusa na pauta da próxima sessão, mas poderá entrar na pauta do dia 14 de agosto da Comissão de Constituição e Justiça. O gabinete da vereadora espera que a pauta seja aprovada na CCJ. No entanto, até ser promulgada deverá enfrentar uma articulação para evitar o veto do prefeito Iris Rezende.
“A questão do veto do prefeito, é uma coisa que a vereadora está articulando para mostrar a importância do projeto e demonstrar que a prefeitura tem condições de adequá-lo ao orçamento do município sem gerar novos gastos e comprometer a lei de responsabilidade fiscal. À medida que o projeto avance na tramitação da casa, ela vai tratar o assunto mais a fundo com o prefeito”, afirma o setor jurídico do Gabinete da vereadora.
Se promulgado, a lei obrigaria a presença de profissionais odontológicos para acompanhar os internados nas UTIs. O motivo da criação da PL foi o relato de algumas situações de mulheres que sofreram acidentes e tiveram sequelas na boca porque precisaram de uma cirurgia odontológica emergencial e não tiveram o atendimento adequado por falta de profissionais odontológicos no atendimento 24 horas.
O Coordenador de Saúde Bucal do Estado, Hugo Montalvão, afirma que pela falta de obrigatoriedade desse tipo de profissional na internação dos hospitais esse tipo de situação pode acontecer, mas frisa que a principal demanda de dentistas nessas unidades de saúde seria em relação a proliferação bacteriana nos pacientes.
“O respaldo maior para essa obrigatoriedade estaria relacionado com a proliferação bactreriana nos hospitais, inclusive complicações pós cirúrgicas pela infecção bucal que, normalmente, é avaliada pelo dentista. Então, ele precisa fazer parte da equipe de saúde de um hospital”, afirma o coordenador. Ele ainda explica que a contratação desse profissional pode gerar economia para o estado, pois as infecções causadas no pós operatório geram custos altíssimos em medicamentos.
Jair Bolsonaro veta assistência odontológica
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), vetou no dia 5 de junho a obrigatoriedade do governo prestar assistência odontológica a pacientes internados em hospitais, àqueles em regime de atendimento ou de internação domiciliar e aos portadores de doenças crônicas.
A obrigatoriedade estava prevista no PLC 34/2013, aprovado no Senado em abril deste ano. Mas o presidente alegou inconstitucionalidade da matéria porque a medida violaria a Lei de Responsabilidade Fiscal, pois aumentaria a despesa pública obrigatória, sem o cancelamento equivalente de outra e sem estimativa do seu impacto orçamentário e financeiro.
Senador Canedo é referência em tratamento odontológico
O Conselho Regional de Odontologia reconhece o município de Senador Canedo como o primeiro em qualidade de prestação de serviço à comunidade. A cidade também foi certificada em nono lugar pela qualidade na prestação de serviço à comunidade no Prêmio Nacional de Saúde Bucal, realizado pelo Conselho Federal de Odontologia no grupo de localidades com população entre 50.001 e 300 mil habitantes.
Foram mais de 187 mil procedimentos odontológicos somados, numa média anual. A Prefeitura de Senador Canedo, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, presta atendimento ao cidadão com ações que ampliaram o atendimento. O prefeito Divino Lemes agradeceu o trabalho prestado pela equipe de profissionais da Odontologia do município, representantes levaram a certificação recebida.
O gestor municipal agradeceu aos profissionais e ressaltou o compromisso com o cidadão “Atuamos bem perto da população, mais próximo da sua casa, em horários diferente para aqueles que trabalham possam ter acesso a um profissional, e também em casos de emergência. Mas a prestação do serviço é de qualidade, principalmente na prevenção, que os problemas menores sejam tratados para evitar situações mais complicadas, como a perda dos dentes. São mais de 187 mil atendimentos, em dezenas de projetos que funcionam,” afirma prefeito Divino Lemes, junto ao secretário municipal de Saúde, Carlos Maranhão, e o diretor municipal de Saúde Bucal, Rafael Sarto.