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segunda-feira, 25 de novembro de 2024
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45 milhões de desbancarizados

A cada três brasileiros, um não possui conta bancária, segundo pesquisa

Ao todo são cerca de 45 milhões de desbancarizados, grupo que não tem conta em banco e chega a movimentar R$ 800 bilhões por ano no país

Postado em 18 de agosto de 2019 por Leandro de Castro Oliveira
A cada três brasileiros
Ao todo são cerca de 45 milhões de desbancarizados

Da Redação

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva revela a existência no Brasil de 45 milhões de desbancarizados, ou seja, brasileiros que não movimentam a conta bancária há mais de seis meses ou que optaram por não ter conta em banco. Isso significa que de cada três brasileiros, um não possui conta bancária. De acordo com a sondagem, esse grupo movimenta anualmente no país mais de R$ 800 bilhões.

O presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles Meirelles explica que como essas pessoas não têm acesso ao crédito, precisam esperar até três anos para juntar dinheiro suficiente para comprar uma geladeira, um aparelho celular ou trocar de televisão, por exemplo. Se tivessem acesso ao crédito, poderiam parcelar essas compras de modo a ter hoje esse bem, fazendo a economia girar.

Na avaliação dele o Brasil sairia mais rápido da crise econômica se a bancarização crescesse, uma vez que essas pessoas que não possuem crédito gastariam mais. “Ficou definido na pesquisa que os bancos que operam no país ainda não falam com uma parcela significativa da população e que muitas dessas pessoas que não têm conta em banco são empreendedores, entre os quais ambulantes e trabalhadores autônomos, que precisariam estar mais inseridos na economia formal”, relata Meirelles.

O estudo foi realizado em maio deste ano, com 2.150 brasileiros de 16 anos ou mais em 71 cidades do país, a pesquisa mostra que os desbancarizados representam 29% da população adulta do Brasil. Seis em cada dez são mulheres, isto é, a parcela feminina representa 59% do total, contra 41% de homens.

Sete em cada dez, ou 69% do total consultado, são negros ou pardos, contra 29% de brancos e 2% de amarelos e indígenas.

“São, em grande parte, da população mais pobre, mais mulheres, com uma parcela maior de negros também”, disse Meirelles. Segundo analisou, os bancos tal como atuam hoje não respondem à demanda da maioria dessas pessoas, para as quais o dinheiro vivo, em espécie, é mais importante.

Classe econômica

Em geral, essas pessoas são de baixa renda e realizam trabalhos esporádicos, pelos quais preferem receber em dinheiro vivo. Do total de desbancarizados, 62% moram no interior, sendo que quase quatro em cada dez moram no Nordeste, 39%. Meirelles explicou que embora o Sudeste seja a maior região do país em nível populacional, não reúne a maior parcela da população desbancarizada. “Quanto mais no interior e mais no Nordeste, maior é a presença da caderneta de fiado, ou caderneta de crédito que teve origem no varejo”.

Metade dos desbancarizados está na faixa de 16 a 34 anos, com idade média de 37 anos. Apesar de não terem conta em banco, 12% têm cartão de crédito, às vezes mais de um, enquanto 75% evitam ao máximo recorrer a bancos. A falta de dinheiro é o motivo apontado por 31% dessa fatia da população brasileira para não ter conta em banco e 29% preferem usar dinheiro em espécie; 49% não confiam nos bancos.

Informações: Agência Brasil

 

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