Helicóptero caiu menos de um minuto depois da decolagem, diz testemunha
Segundo o delegado responsável pela investigação, a aeronave estava impedida de realizar taxi aéreo
Leandro de Castro
Segundo o piloto Ulysses de Morais Borges, que estava em um condomínio de casas em Buriti Alegre, próximo ao local do acidente com o helicóptero que vitimou três pessoas, a aeronave caiu menos de um minuto depois da decolagem. Ele ajudou no resgate da única sobrevivente e no trabalho de buscas.
“Depois de 40 minutos do pouso, a gente ouviu ele decolar de novo. Um minuto depois, escutei o barulho da aeronave caindo no lago. Foi quando eu e mais um companheiro pegamos uma lanterna e subimos em um jet ski para realizar as buscas dos sobreviventes. Nesta hora, também acionamos o Corpo de Bombeiros”, relatou Ulysses.
O piloto do helicóptero, Ricardo Magalhães Barros, a advogada Mickaelly Damasceno e a servidora pública Miriam Carolina Fontana morreram no acidente. Uma quarta passageira, que preferiu não divulgar o nome, sobreviveu.
Investigação
De acordo com o delegado responsável pela investigação, Ricardo Chueire, a aeronave, prefixo PR-APN, estava em condições regulares de voo e poderia fazer voos durante a noite, ficando impedida apenas de realizar táxi aéreo. Entretanto, o delegado afirmou que, apesar disso, o voo não podia ser feito naquele local.
“A aeronave era homologada para fazer o VFR Noturno, que é o voo em condições visuais à noite. Porém, nós não tínhamos um aeródromo ou heliponto homologados ou balizados com iluminação. Ou seja, esse voo não poderia ter acontecido em hipótese alguma naquele local e hora”, afirmou.
A única sobrevivente da queda disse, em depoimento, que ela e os demais ocupantes da aeronave, inclusive o piloto, tinham bebido durante uma festa realizada durante o dia. A passageira contou ainda que foi arremessada do helicóptero antes do choque com a água. “Essa sobrevivente relata um estrondo, seguido de perda de sustentação da aeronave e, nos próximos segundos, a queda”, contou.