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domingo, 24 de novembro de 2024
Entrevista

“A previsão é de liberar mais R$ 400 milhões nos próximos 3 anos”, diz presidente da GoiásFomento

De acordo com o presidente, a empresa tem um orçamento anual de R$ 100 milhões para conceder estes créditos aos empreendedores – Fotos: Cristóvão Matos

Postado em 3 de outubro de 2019 por Leandro de Castro Oliveira
“A previsão é de liberar mais R$ 400 milhões nos próximos 3 anos”
De acordo com o presidente

Rubens Salomão 

Em entrevista para O Hoje, o presidente da GoiásFomento, Rivael Aguiar e Fernando Freitas, comentou a situação financeira vivida pela empresa de economia mista, e explicou um pouco da função da GoiásFomento na criação de empregos no Estado de Goiás. De acordo com o presidente, a empresa tem um orçamento anual de R$ 100 milhões para conceder estes créditos aos empreendedores com esta finalidade. A previsão de Rivael é a criação de até 50mil empregos em até quatro anos. 

Qual a função da Goiás Fomento? 

A GoiásFomento é uma empresa de economia mista que, no caso, o Estado de Goiás é o maior acionista dela. É uma empresa que foi criada há 19 anos e ela está aqui neste novo governo, com uma missão na geração de emprego e renda. E a GoiásFomento é um importante agente nesta política.

O próprio nome já diz, a GoiásFomento é uma empresa que tem a missão de dar a concessão de créditos ao micro e pequeno empreendedor com taxas de juros subsidiadas em relação ao mercado e visa atender ao micro e pequeno empreendedor que tem dificuldade de acesso ao mercado bancário de crédito como um todo, e a GoiásFomento vem como um importante ator para fomentar este micro e pequeno empreendedor na alavancagem do seu negócio e, consequentemente, gerar emprego e renda para a população goiana. 

Quais são as garantias que estes microempreendedores conseguem com a GoiásFomento? 

Estas dificuldades, além das garantias, tem uma questão de perfil. Os bancos de varejo, os bancos comerciais… eles têm um nicho de clientes que muitas vezes aquele microempreendedor sequer consegue ser um cliente destas instituições, ou não consegue uma concessão de crédito.

E a GoiásFomento tem este viés mais social, de atender estes empreendedores. É lógico que a empresa também é regulada pelo Banco Central. Então estes empréstimos também têm uma análise de crédito e em algumas situações pede garantias também, mas sempre com um caráter social. 

Quais são os principais atendimentos da GoiásFomento? 

Atualmente nós estamos trabalhando com o programa Goiás Empreendedor, lançado pelo governador e pelo secretário de Indústria e Comércio, Wilder Morais, ao qual a GoiásFomento está jurisdicionada. O programa foi lançado em julho e tem pouco tempo agora e é um programa que é muito agressivo no ponto de vista do subsídio de juros. 

Então, hoje, nós estamos extremamente focados neste programa de crédito com taxas de juros subsidiados que variam de zero à 0,5%. Então, dependendo da faixa do valor, você pode, se for um crédito de até R$ 3 mil reais, não pagar nada de juros. 100% subsidiados. Agora se for de R$ 3 à R$ 15 mil, ele vai pagar até 0,25% de juros. E se for até R$ 50 mil, ele paga até 0,5% de juros ao mês. 

Como está a procura por estes créditos? 

Os empreendedores já têm acesso às linhas de crédito. Depois do lançamento houve uma procura muito grande e nós já atendemos mais de 4 mil interessados. 

Obviamente que a gente faz uma orientação. As vezes a pessoa chega só por curiosidade ou procurando informações. Se for do interesse dele, ele já faz a proposta. Destes 4 mil atendimentos, já fechamos aproximadamente 250 contratos nestes últimos dias. 

Em que faixa estes contratos estão sendo feitos? 

O ticket médio é de R$ 18 mil. Tem gente que pega de R$ 500 à R$ 50 mil. Acima de R$ 50 mil a gente pega propostas, mas costumamos direcionar para o FCO (Fundo Constitucional do Centro-Oeste), onde as taxas de juros não são subsidiados.   

A GoiásFomento também empresta valores acima de R$ 50 mil até R$ 100 mil, mas aí a taxa de juros já não é subsidiada. Já é a taxa de juros cheia. Então o subsídio vai até R$ 50 mil, acima de R$ 50 mil tem as outras linhas próprias. Então, temos outros recursos. 

A gente tem dentro deste programa Goiás Empreendedor uma série de ações. Eu falei aqui, somente sobre as linhas de créditos, que são apenas uma das ações do programa, que é maior do que isso. Ele envolve uma parceria entre a SIC, que é a coordenadora do projeto, mas você tem as outras instituições. Você tem a GoiásFomento, que é quem cuida da parte do crédito. 

Mas você tem parcerias, também, com o Sebrae, com o sistema S como um todo, com o Goiás Turismo e com outros órgãos do Estado para poder fazer um trabalho de levantamento destas demandas regionais. Então, a Secretaria de Indústria e Comércio tem uma área que cuida desta parte de fazer o levantamento destas demandas e os potenciais. E aí a gente faz uma ação focada nesta Região.

O programa tem, também, a Caravana do Empreendedorismo, que é basicamente um atendimento especializado em uma região, onde tem palestras e faz todo uma programação para aquela região, para a gente poder levar estes serviços à estas localidades. Já estamos fazendo também atendimentos por meio dos Vapt Vupts e pelos vendedores de crédito. A pretensão é que até o final do ano que vem a gente esteja em todas as regiões do Estado.

Mas também tem algumas ações específicas, focadas em determinadas regiões. Por exemplo, o caminho de Cora Coralina. Nós estamos fazendo, junto com a Goiás Turismo, uma ação voltada para os empreendedores no Caminho de Cora Coralina. Se tem também uma parceria com os Itegos, que faz um projeto e a gente que a gente financia.

Então, a GoiásFomento entra com uma função bastante importante na política do nosso governador, no sentido de fazer este desenvolvimento regionalizado. Mas é uma parte do processo maior, que vai de desde um levantamento de demandas e da identificação de potenciais empreendedores até a capacitação de créditos e também do crédito assistido, que pode ser acompanhado.

A pessoa que faz o empréstimo, o microempreendedor muitas vezes confunde a vida privada com a vida privada. Então, a GoiásFomento não faz um empréstimo, ela concede um crédito. Qual a diferença disso? A pessoa não recebe um dinheiro na conta, porque o programa tem como principal objetivo a geração de emprego e de renda. E para gerar o emprego, o negócio tem que crescer. Então, se tem uma dívida do proprietário, ou da empresa com um outro banco, o crédito não vai servir para pagar esta dívida.

Isto é para a empresa fazer investimentos, ou investimentos de aplicação do seu negócio, ou para capital de giro.

E ele tem que detalhar tudo?

Ele tem que dizer tudo o que ele vai fazer com o dinheiro. Se é capital de giro, comprar uma máquina, uma reforma… ele vai comprar a mercadoria, e a gente vai pagar o fornecedor dele. 

Há um orçamento da GoiásFomento? 

Por ser uma empresa, a GoiásFomento não tem um orçamento do Estado e não tem aquela limitação orçamentária dos órgãos. A limitação nossa é o próprio recurso que a gente tem para gastar. A gente pode captar recursos do BNDES e de outros bancos.

Diante destas fontes, nós temos um limite do próprio financiador. O próprio FCO, o Banco do Brasil liberam um limite. Por ser uma instituição financeira, varia. A gente tem a condição de captar este recurso no mercado financeiro e disponibilizar para os empreendedores.

Qual o orçamento anual GoiásFomento hoje? 

É um orçamento de R$ 100 milhões para conceder estes empreendedores. No programa Goiás Empreendedor a previsão é de liberar mais R$ 400 milhões nos próximos três anos.

A GoiásFomento se insere em qual momento da economia? 

A gente vive em uma crise financeira mundial, é uma crise sistêmica e Goiás está por aí em sétimo lugar na criação de emprego.

Então, nós estamos muito otimistas na criação de empregos. O nosso projeto é gerar 50 mil empregos até o final do mandato. Porque o microcrédito é muito eficiente na geração de emprego. Para se ter uma ideia, a cada R$ 7,4 mil, a gente gera um emprego, que pode ser o microempreendedor ou alguém contratado por uma empresa.

E a gente já tem mapeado que a maior parte do desemprego que tem hoje no Estado está na faixa dos 18 à 30 anos de idade. Aproximadamente 43% dos desempregados estão nesta faixa de idade. E estamos fazendo um trabalho focado nisso: nos universitários e identificando potencial empreendedores.

 

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