Nielton Soares

Leilão do pré-sal frustra expectativa do Governo Federal, que esperava receber R$ 106,5 bilhões pelas quatro áreas de exploração de petróleo, porém arrecadou apenas R$ 69,8 bilhões por dois campos: Búzios, por R$ 68,2 bilhões, e Itapu por R$ 1,6 bilhão. Sépia e Atapu não tiveram ofertas. Poucas empresas estrangeiras participaram das negociações. 

A oferta do campo de Búzios foi vencida pelo consórcio Petrobras e as empresas chinesas CNOOC e CNODC, que detêm 10% das ações, ou seja, arcará com somente R$ 7 bilhões do montante e o restante será de responsabilidade da Petrobras, que ficou também com o campo de Itapu.   

Nesse contexto, as únicas empresas estrangeiras que participaram do leilão, estavam em parceria com a Petrobras. Além disso, os valores arrematados representaram o lance mínimo estipulado. Além de tudo, o governo ficará preso em contratos com baixo valor e por 30 anos. 

Durante a coletiva de imprensa, após o leilão, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tentou minimizar a situação e o desinteresse das companhias estrangeiras, afirmando que o resultado ficou dentro do esperado. “Foi o maior valor arrecadado em bônus em leilões de petróleo no Brasil, é um motivo de orgulho para o governo”, comentou. 

Já acerca dos campos que ficaram sem lances, segundo o governo, haverá novo leilão no próximo ano. Em relação à ausência de multinacionais, o ministro argumentou a necessidade de se avaliar os motivos pelos quais as empresas não se sentiram atraídas. 

O governo cogita avaliar a metodologia adotada depois da realização do próximo leilão de outros cincos campos do pré-sal, programado para esta quinta-feira (7).