Secretário promete tomar providências após afastamentos de Bombeiros em operação do MP
Secretário afirma que militares foram exonerados de funções comissionadas
Samuel Straioto
Após o afastamento da cúpula do Corpo de Bombeiros de Goiás,
o secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, anunciou que pretende tomar providências.
Ele pediu ao Ministério Público detalhes da investigação para tomar
conhecimento do caso. Rodney Miranda pretende criar um grupo de trabalho para
apurar o caso e tomar ações preventivas no sentido de evitar novas suspeitas de
corrupção na corporação.
Afastamento
Rodney Miranda confirmou que cinco militares (o coronel
Anderson Cirino; o tenente coronel Hélio Loyola Gonzaga Júnior; o major Nériton
Pimenta Rocha; o capitão Sayro Geane Oliveira dos Reis; e o subtenente José
Rodrigues Sobrinho) já haviam sido afastados e que após o vazamento da possível
participação do comandante geral do Corpo de Bombeiros, Coronel Dewislon
Adelino Mateus, o oficia pediu o afastamento dele até que os fatos sejam
devidamente apurados.
“Foram todos afastados. Os cinco que sofreram ações
cautelares, eles foram afastados e foram exonerados dos cargos que hoje ocupam,
subcomando, chefia de gabinete e outros. O comandante que foi citado somente
ontem na investigação e citado depois de um vazamento que eu não sei de onde
veio. Ele pediu um afastamento da função até a gente esclarecer essa situação”,
afirmou Rodney Miranda.
O secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda disse que
encaminhou ofício ao Ministério Público de Goiás para obter detalhes da
investigação. Ele disse ainda que pretende montar um grupo de trabalho para
tomar providências baseados em indícios da investigação, em provas que forem
sendo colhidas.
A intenção é de tomar ações do ponto de vista disciplinar e
também administrativa. O governo pretende evitar que novos casos de corrupção apareçam.
Para isso quer punir os que porventura forem culpados. Rodney Miranda disse que
os inocentes retornarão as funções.
Os militares foram afastados das funções e exonerados dos
cargos em comissão. Novas pessoas ocuparão os cargos de forma provisória,
segundo informou o secretário. Rodney Miranda pretende convidar representante do
Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Goiás para
fazer parte do grupo de trabalho.
“Eu encaminhei ofício ao Ministério Público para que me
repasse o conteúdo integral da investigação. Nós ainda não temos o conteúdo
oficial do que tem na investigação. Nos pediram o apoio, nós demos o apoio para
o cumprimento de mandatos, a investigação vou tentar hoje e chegando a
informação eu vou montar um grupo de trabalho comandando pelo secretário
adjunto para que apurem no prazo breve o conteúdo para que a gente possa tomar
diante de indícios, provas, as atitudes tanto administrativas, quanto
disciplinares cabíveis”, declarou o secretário.
Governador
Questionado sobre o assunto, o governador de Goiás, Ronaldo
Caiado (DEM) defendeu a apuração do caso. Caiado argumentou que esta é uma
situação que não envolve toda a corporação, mas que trata de uma situação
pontual que está sendo apurada pelo Ministério Público do estado.
“Todas as pessoas que neste momento foram denunciadas estão
sob investigação e estão afastadas. As que realmente concluirmos que estão
envolvidas serão punidas. As que forem inocentes, retornarão ao cargo, esta é a
posição do governo. Todos os que estão sob suspeição pelo Ministério Público
estão afastados, agora vamos deixar bem claro, sabemos que em toda e qualquer
classe, a todos os membros do Corpo de Bombeiros de Goiás, o meu
reconhecimento, é uma instituição que é referência no Brasil”, relatou.
Entenda o caso
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado
(Gaeco) do Ministério Público de Goiás (MP-GO), com apoio da Secretaria de
Segurança Pública (SSP-GO), realizou nesta terça-feira, 19, a Operação
Desconformidade, destinada ao combate de fraudes na certificação de segurança
contra incêndio e pânico emitida pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de
Goiás (CBMGO).
Segundo as investigações
havia uma suposta fraude, formada por bombeiros militares, incluindo membros do
alto comando da corporação, que teriam concedido Certificados de Conformidades para
empresas e empresários que não cumpriam as normas e protocolos de segurança,
colocando vida e patrimônio da coletividade em grave e iminente risco.
O grupo teria recebido vantagens financeiras para interesse
próprio, além de valores destinados a construções e reformas nas unidades
militares, de modo a justificar as concessões espúrias a determinadas empresas.
Shoppings e centros comerciais, em várias regiões da capital, podem ter tido
certificados emitidos irregularmente. O suposto esquema teria iniciado em 2013.