Paulo Guedes: “Não se assustem se alguém pedir o AI-5”
Ministro concedia uma coletiva de imprensa e, no momento comentava sobre a convulsão social e institucional em países da América Latina. Foto: Divulgação.
Jorge Borges
Em entrevista coletiva em Washington, nos EUA nesta segunda-feira (25), o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que não é possível se assustar com a ideia de alguém pedir o AI-5 diante de uma possível radicalização dos protestos de rua no Brasil.
Guedes estava comentando sobre a convulsão social e institucional em países da América Latina, quando declarou que é preciso prestar atenção na sequência de acontecimentos nas nações vizinhas, para ver se o Brasil não tem nenhum pretexto que possa estimular manifestações semelhantes.
“Sejam responsáveis, pratiquem a democracia. Ou democracia é só quando seu lado ganha? Quando o outro lado ganha, com dez meses você já chama todo mundo para quebrar a rua? Que responsabilidade é essa? Não se assustem então se alguém pedir o AI-5. Já não aconteceu uma vez? Ou foi diferente? Levando o povo para a rua para quebrar tudo. Isso é estúpido, é burro. Não está à altura da nossa tradição democrática”, afirmou o ministro.
Paulo Guedes disse que declarações sobre a edição de um novo AI-5, como a do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), são uma reação ao que intitulou de “convocações” feitas pela esquerda e, endossadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após ser solto no último dia oito.
O ministro disse ainda que considera “uma insanidade” o líder petista pedir a presença do povo nas ruas e sugeriu que o projeto de lei que prevê o excludente de ilicitude seria também uma resposta do presidente Jair Bolsonaro à Lula.
“Chamar o povo para a rua é de uma irresponsabilidade. Chamar o povo para a rua para dizer que tem o poder, para tomar. Tomar como? Aí o filho do presidente fala em AI-5, aí todo mundo assusta, fala o que quer (…), aí bate mais no outro. É isso o jogo? É isso o que a gente quer? Eu acho uma insanidade chamar o povo para a rua para fazer bagunça. Acho uma insanidade.”