Populares organizam manifestações em prol da volta dos trabalhos em Goiás
Campanha #BrasilNaoPodeParar viralizou nas redes sociais de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução
Igor Afonso
Carreatas e buzinaços estão sendo organizados por
trabalhadores de diferentes ramos que reivindicam a volta do funcionamento do
comércio e das empresas, que estão fechados devido ao decreto do governo estadual em decorrência da pandemia do novo Coronavírus.
Goiânia e Rio Verde são alguns dos municípios que já têm
horário e local marcados. Nos convites que circulam as redes sociais, organizadores defendem o slogan de que “O desemprego pode matar mais que o vírus” da Covid-19. Até o momento, o novo Coronavírus matou 77 pessoas no Brasil e cerca de 3.020 infectados.
A presidente da Feira da Madrugada, Patrícia Mendes, em um grupo privado com os trabalhadores, desestimulou a adesão dos feirantes e defendeu o sistema de quarentena realizado por diversos países e que tem sido replicado em Goiás pelo governador Ronaldo Caiado (DEM). “Por favor, não vão, não compareçam, protejam as suas famílias, fiquem dentro de casa”, apela.
Um vídeo do Governo Federal foi divulgado na manhã desta sexta-feira
(27), onde a volta ao trabalho é estimulada, contrariando orientações globais
sobre o tema. A peça foi distribuída, em forma de teste, para as redes
bolsonaristas. Nela, categorias como a dos autônomos e mesmo a dos
profissionais da saúde são mostradas como desejosas de voltar ao regime normal
de trabalho.
A página da Secom (Secretaria de Comunicação da
Presidência), cujo chefe, Fábio Wajngarten, que está contaminado pelo novo
coronavírus, divulgou na quarta-feira (25) a hashtag (palavra-chave) #BrasilNaoPodeParar em apoio à campanha. Além disso, o próprio presidente ter postado em uma rede social o vídeo de uma carreata
realizada em Camboriú (SC) contrária ao isolamento social.
Já em Goiás, o governador Ronaldo Caiado,
em pronunciamento na última quarta-feira (25), defendeu o isolamento social e
criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro em estimular que os trabalhos
sejam retomados.
Caiado afirmou em tom firme, que se precisar, acionará o Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a correta gestão da crise causada
pela pandemia de Coronavírus.