Juliana Gomes

O presidente Jair Bolsonaro criticou o ex-ministro e rebateu as acusações de que ele queria influenciar nas investigações da Polícia Federal. Bolsonaro alegou que a reivindicação dele foi a de que queria a investigação do crime cometido contra ele e Marielle Franco. “Será que pedir para que fosse apurado o caso Marielle, o caso porteiro do meu condomínio e o crime praticado contra mim é interferir na polícia?”, diz.

O presidente desmentiu as declarações de Sérgio Moro e disse que tem que zelar pelo Brasil e, que daria a vida pela Pátria. Segundo ele, se trata de acusações torpes contra sua  família e contra aqueles que estão ao seu lado. “Se eu posso trocar o Ministro, por que não posso trocar um diretor da polícia. Não preciso pedir autorização de ninguém. Será que isso é interferir?.”

O pronunciamento foi feito na tarde desta sexta-feira (24) para falar sobre a demissão de Sérgio Moro do Ministério da Justiça. “Uma coisa é você admirar uma pessoa, a outra é conviver com ela”, ressaltou.  Segundo o presidente, o Brasil conheceu o ex-ministro da justiça hoje. “Moro tem compromisso com o seu ego e não com o Brasil”, diz.

Segundo ele, foi dito que ele estava dificultando as operações da Polícia Federal, mas isso não aconteceu. Coisas que aconteciam no Brasil, não acontecem mais”. Poderosos se levantaram contra ele e que, esta contra o sistema. O presidente disse também, que não foi e continua não sendo fácil as indicações de pessoas competentes como ministros. 

O substituto

O nome mais cotado para a substituição de Sérgio Moro é o do atual ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira. O provável substituto já teria tido desentendimento com Moro no passado, por conta de uma discussão sobre um possível desmembramento do Ministério da Segurança Pública da Justiça. O que segundo Moro, enfraqueceria a pasta.

A demissão

Sérgio Moro pediu demissão do Ministério da Justiça, após o presidente exonerar o chefe da Polícia Federal, Maurício Valeixo. A exoneração foi publicada na manhã desta sexta no Diário Oficial da União (DOU). Logo depois, o agora ex-ministro deu explicações a respeito da decisão de deixar a pasta. 

Durante o discurso, Moro falou sobre a divergências que teve com Bolsonaro e, ressaltou, que o acordo firmado para aceitar o cargo foi quebrado pelas interferências do presidente. Ele ainda afirmou que o presidente começou, no segundo semestre do ano passado, expressar o desejo de exonerar Valeixo sem nenhum motivo aparente. O ex-ministro acusou o presidente de ter pedido para ter acesso a relatórios de investigações da PF.