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quinta-feira, 28 de novembro de 2024
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Pandemia

Sem provas, Bolsonaro acusa estados de desviarem recursos do coronavírus

Presidente também voltou a colocar em dúvida estatísticas estaduais e disse que o governo federal fez “tudo que foi possível” em relação à pandemia| Foto: Reprodução/ Jorge William/O Globo

Postado em 30 de abril de 2020 por Redação
Sem provas
Presidente também voltou a colocar em dúvida estatísticas estaduais e disse que o governo federal fez “tudo que foi possível” em relação à pandemia| Foto: Reprodução/ Jorge William/O Globo

Da Redação*

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acusou nesta quinta-feira (30) na porta do Palácio da Avlorada, em Brasília, sem apresentar provas, “alguns” governadores de desviarem recursos que seriam destinados ao combate ao novo coronavírus. Bolsonaro não disse quais governadores seriam esses. De acordo com ele, o governo federal fez “tudo que foi possível” em relação à pandemia.

“Nós fizemos tudo que foi possível e mais alguma coisa. Agora, cabe aos governadores gerir esses recursos. O que mais nós temos, por parte de alguns estados, é desvio de recursos. É isso que está acontecendo. Por isso precisamos da Polícia Federal isenta, sem interferência, para poder tratar desse assunto, para poder coibir possíveis abusos”, disse.

A Polícia Federal (PF) já realizou ao menos duas operações que investigam possíveis irregularidades na utilização de recursos que deveriam ser utilizados contra a Covid-19, no estado do Amapá e na prefeitura de Aroiras (PB).

O presidente também colocou em dúvida o número de mortes registradas pelos estados. Entretanto, a Presidência já informou ao GLOBO, por meio da Lei de Acesso à Informação não ter encontrado documentos provando que governos estaduais inflaram estatísticas.

“Partindo do princípio que o número de óbitos é verdadeiro, porque cada vez mais chegam informações que…No próprio Diário Oficial lá do estado de São Paulo está escrito que, na dúvida, bota coronavírus, para inflar o número e fazer uso político desse”.

Bolsonaro negou que tenha um “embate” com governadores, mas voltou a dizer que a responsabilidade pelas mortes da Covid-19 é deles:

“Não tem embate. Esse problema é pra todo mundo resolver, não é pra ser politizado. O que falta o governo federal fazer? O Supremo Tribunal Federal decidiu, o placar foi a 0, que as medidas para evitar, ou melhor, para fazer que a curva seja achatada, caberiam aos governadores e prefeitos. Não achataram a curva. Governadores e prefeitos que tomaram medidas bastante rígidas não achataram a curva. A curva tá aí”.

O presidente então passou a fazer ataques direcionados ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), seu desafeto, dizendo que ele faz “politicalha”:

“É o governador gravatinha, de São Paulo, fazendo politicalha em cima de mortos, zombando de familiares que tiveram seus entes queridos que morreram por vírus ou outra causa. É uso político dos senhor governador de São Paulo, João Doria, com essas pessoas”.

Questionado sobre a declaração do ministro da Saúde, Nelson Teich, que em teleconferência com governadores na quarta-feira disse que o Brasil está “navegando às cegas” no enfrentamento à Covid-19, Bolsonaro defendeu o ministro e apontou que “frases soltas” como essa levam ao entendimento de que o titular da pasta não sabe o que está acontecendo.

“Ele falou desde o começo em entrevistas que tem que ter números. E os números ainda não estão concretos, então por enquanto a gente não sabe o que nos espera ainda com certeza. É isso, com toda a certeza, que ele quis dizer”. 

*Com informações da Agência O Globo 

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