Atlético não tem previsão de retorno aos gramados, mas reunião com prefeitura anima
Último treino realizado pelo elenco do rubro-negro aconteceu no dia 18 de março, no CT do clube – Foto: Paulo Marcos/ACG
Felipe André
Os planos no futebol estão mudando com uma grande rapidez. A
pandemia do Covid-19, o novo Coronavírus já ultrapassou a marca de 5 mil mortos
no Brasil e enquanto as autoridades se discutem a possibilidade de fechar
novamente o comércio, os clubes de futebol se movimentam para saber se irão ou
não retomar as atividades. Enquanto a Confederação Brasileira de Futebol (CBF)
estuda as melhores opções para a sequência da temporada, as equipes ainda
definem se vai voltar aos treinos.
O Atlético Goianiense planejava retomar as atividades no
Centro de Treinamento, no setor Urias Magalhães na sexta (1) ou neste sábado
(2), mas a incerteza ainda não deixou. O clube aguarda autorização do governo e
um posicionamento dos órgãos de saúde. A direção rubro-negra planeja realizar
exames em todos os jogadores antes de um possível retorno.
“Só vamos voltar com toda a segurança possível, a
responsabilidade é muito grande e não podemos brincar com vidas. [Vamos] fazer
todos os exames, medindo a temperatura todos os dias e fazendo todos os
procedimentos”, assegurou o presidente do Atlético, Adson Batista.
Goiás e Vila Nova já se posicionaram e informaram que a nova
data prevista para o retorno das atividades será o dia 11 de maio. O Atlético
segue as atividades no formato de home office, já que as férias coletivas se
encerraram na última quinta-feira (30). Os clubes que irão disputar as quatro
divisões do Campeonato Brasileiro “pediram” um tempo para os treinos, antes dos
jogos serem retomados, o que dificultaria o desejo da CBF que continuar a
disputa dos estaduais no dia 17 deste mês.
“Decidimos iniciar nessa semana o processo de retorno ao
futebol baseados exatamente em uma pergunta ao Ministério da Saúde. Se era
possível voltarmos com segurança. Já havíamos elaborado um protocolo de
segurança para o retorno do futebol baseado em passos consistentes e
subsequentes, que foi aprovado pelo secretário de saúde”, declarou o secretário-geral
da CBF Walter Feldman, nesta semana.
Enquanto equipes das primeiras divisões anunciaram reduções
os cortes para diminuir os gastos durante esse período, no Atlético não foi
diferente. Cerca de 60% dos funcionários administrativos tiveram os contratos
de trabalho suspensos neste período, em relação aos jogadores, eles seguem em
negociação.
Saúde
O Ministério da Saúde, órgão do governo, se mostrou
favorável ao retorno do futebol. No documento que foi entregue a CBF, foram
feitas diversas ressalvas sobre o “Guia para Retomada Progressiva” do
futebol, elaborado por médicos de clubes e da entidade nacional do futebol, mas
conclui que “o futebol é uma atividade esportiva relevante no contexto
brasileiro e que sua retomada pode contribuir para as medidas de redução do
deslocamento social através da teletransmissão dos jogos para domicílio”.
Com esse posicionamento, os representantes de
Atlético, Goiás e Vila Nova procuraram Íris Rezende para conseguir retornar aos
treinos. O prefeito de Goiânia passou a responsabilidade para a Secretária da
Saúde, Fatima Mrué, que pretende repassar na próxima semana, sem um dia
definido, uma nota técnica com os riscos e os cuidados que as equipes precisam
tomar durante esse período.