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quinta-feira, 28 de novembro de 2024
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"Sem impulso"

Bolsonaro esvaziou agenda contra corrupção, diz Sérgio Moro em entrevista

Moro declarou ainda que considera “questionáveis” as recentes alianças feitas por Bolsonaro com os partidos do Centrão| Foto: Reprodução/ Agência Brasil

Postado em 25 de maio de 2020 por Redação
Bolsonaro esvaziou agenda contra corrupção
Moro declarou ainda que considera "questionáveis" as recentes alianças feitas por Bolsonaro com os partidos do Centrão| Foto: Reprodução/ Agência Brasil

Eduardo Marques

Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, exibida na noite desse domingo (24), o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro afirmou que faltou apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a ações de combate à corrupção. “Me desculpe aqui os seguidores do presidente se essa é uma verdade inconveniente, mas essa agenda contra a corrupção não teve um impulso por parte do presidente da República”, disse. 

Segundo o ex-juiz da Operação Lava Jato, medidas nesse sentido foram sendo “esvaziadas” pelo presidente. Moro declarou ainda que considera “questionáveis” as recentes alianças feitas por Bolsonaro com os partidos do Centrão. O presidente tem se aproximado do bloco – e negociado cargos com o grupo – em troca de apoio no Congresso. 

O ex-ministro também foi indagado sobre a condução da pandemia do novo coronavírus pelo presidente. Para Moro, que defende o isolamento social como principal medida de prevenção à covid-19, Bolsonaro adota postura “negacionista” em relação ao vírus. 

“Acho que a minha lealdade ao presidente demanda que eu me posicione com a verdade, com o que eu penso, e não apenas concordando com a posição do presidente. Se for assim, ele não precisa de um ministro, precisa de um papagaio”, afirmou o ex-juiz ao comentar as divergências com o chefe do Executivo em relação à crise na Saúde. 

O ex-juiz também comentou a reunião ministerial de 22 de abril, realizada dois dias antes de anunciar sua demissão do cargo e tornada pública na sexta-feira, e as mensagens reveladas pelo Estadão de que Bolsonaro já havia decidido trocar a direção da PF antes do encontro do dia 22.

“Eu não ia discutir isso numa reunião ministerial, até porque o ambiente ali não era muito favorável ao contraditório.” Em relação aos palavrões ditos durante a reunião, afirmou que “o tom subiu nos últimos meses”. 

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