Doria anuncia que Instituto Butantan vai produzir vacina contra a Covid-19
Pelo Twitter, o governador de São Paulo afirmou que essa vacina “é uma das que está em estágio mais avançado em todo o mundo”| Foto: Divulgação
Eduardo Marques
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou, na manhã desta quinta-feira (11), que o Instituto Butantan vai produzir uma vacina contra o novo coronavírus, em parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech.
“Hoje, daqui a pouco, às 12h30, um anúncio histórico: o acordo feito pelo Instituto Butantan com o laboratório chinês e a terceira fase de testes, que é a última fase, para a vacina contra o coronavírus”, afirmou o governador, ao lado de Dimas Covas, diretor do Instituto, em vídeo divulgado em sua conta no Twitter.
Ele se referia ao horário da coletiva diária que seu governo tem feito desde o início da pandemia de Covid-19 para atualizar a situação da doença e as ações da administração estadual.
Em outra mensagem na mesma rede social, Doria afirmou que essa vacina “é uma das que está em estágio mais avançado em todo o mundo”.
Fiocruz
Uma vacina contra a Covid-19 será testada em seres vivos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos). O teste será em modelo animal, fase de desenvolvimento chamada de estudos pré-clínicos. A informação foi divulgada em nota, nesta quarta-feira (10), pela Fiocruz.
“A abordagem do projeto é de uma vacina sintética, com base em peptídeos antigênicos de células B e T – ou seja, com pequenas partes de proteínas do vírus capazes de induzir a produção de anticorpos específicos para defender o organismo contra agentes desconhecidos – neste caso, o Sars-CoV-2 [covid-19]”, explicou a Fiocruz.
Segundo o instituto, essas biomoléculas, identificadas em modelo computacional (in silico), foram produzidas por síntese química e validadas in vitro. Os peptídeos foram acoplados em nanopartículas, que funcionam como uma forma de “entrega”, para apresentar essas biomoléculas para o sistema imune com melhor imunogenicidade e ativar sua defesa.
“As vantagens da abordagem vacinal sintética são a rapidez no desenvolvimento em comparação às metodologias tradicionais e o não requerimento de instalações de biossegurança nível 3 para as primeiras etapas de desenvolvimento (sendo necessárias somente a partir dos estudos pré-clínicos), bem como o custo reduzido de produção e a estabilidade da vacina para armazenagem”, detalhou a Fiocruz.
A fundação explicou que, na próxima etapa, serão feitas formulações vacinais com essas biomoléculas acopladas em nanopartículas, para avaliação in vivo, onde serão obtidos os primeiros resultados relacionados à imunidade conferida ao novo coronavírus.