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sábado, 19 de outubro de 2024
Alunos matriculados

Escolas de período integral possuem 15 mil vagas ociosas no Estado

A Secretaria de Educação de Goiás justificou que um dos fatores que colaboram para o grande número de vagas é a reserva técnica

Postado em 5 de setembro de 2024 por Thais Teixeira
Escolas
Fotos: Arquivo pessoal/Divina Rocha

O Estado de Goiás possui cerca de 460 mil estudantes em toda a rede estadual. Deste total 72 mil alunos matriculados nos 263 Centros de Ensinos em Período Integral(Cepis), nesse modelo de ensino os estudantes têm a carga horária de 7 a 9 horas de aulas diariamente. Porém, esse número representa apenas 15% do total estipulado pelo Plano Nacional, de 25%. Ao todo, Goiás possui 15 mil vagas de matrículas ociosas.

A gerente estadual de educação integral Bianca Kelly explicou que tanto nas escolas de período parcial quanto nas escolas integrais, existe um número específico de vagas e que há escolas que atingiram a capacidade máxima. Bianca também contou que o grande número de vagas acontece devido às reservas técnicas.

“Isso acontece porque o número de vagas tem que atender a todos então o número de vagas sempre vai ser maior, uma reserva técnica vai conseguir atender por exemplo estudantes itinerantes, que vêm de outros Estados, então sempre nós estamos matriculando esses estudantes”, pontuou Bianca Kelly.

Ela também expôs que a  meta do Plano Nacional de Educação (PNE) em 2024 ,é de que o ensino em período integral, na rede pública, seja ofertado em no mínimo 50% das escolas, e atualmente é de 28%. O PNE também estabelece como meta que o ensino integral atenda pelo menos 25% dos alunos da educação básica, e que hoje esse número se encontra em 15%

Aspectos positivos dos estudantes 

Ana Clara, de 16 anos, aluna do 2º ano do Ensino Médio, destaca o impacto positivo que a infraestrutura moderna tem em seu aprendizado. “Temos salas de aula bem equipadas, acesso à internet e laboratórios de ciências e informática que são usados regularmente para aulas práticas”, comentou. 

Ana explica que as aulas laboratoriais são um dos pontos altos de sua experiência, pois permitem que ela aplique os conceitos aprendidos em sala de aula de maneira prática e experimental. “Nas aulas de biologia, por exemplo, podemos realizar experimentos que ajudam a entender melhor o conteúdo teórico. Isso torna o aprendizado muito mais interessante e significativo”, acrescenta. Ela também ressalta o papel fundamental dos professores, que utilizam metodologias ativas e inovadoras para envolver os alunos no processo de aprendizagem.

João Pedro, de 14 anos, estudante do 9º ano do Ensino Fundamental, também valoriza a abordagem diferenciada da escola de período integral. “Antes de entrar aqui, eu estudava em uma escola com poucos recursos, e isso fazia muita diferença”, relembra. Ele aponta para a diversidade de eletivas disponíveis, que vão desde oficinas de robótica até aulas de teatro e música. “Eu escolhi fazer robótica como eletiva, e isso me ajudou a desenvolver habilidades que eu nem sabia que tinha, como programação e trabalho em equipe”, diz João. 

Ele também enfatiza a importância das aulas de Projeto de Vida, uma disciplina inovadora que visa ajudar os alunos a planejar seu futuro acadêmico e profissional. “Nas aulas de Projeto de Vida, a gente aprende a traçar metas e a entender melhor o que queremos para o nosso futuro. É uma oportunidade de autoconhecimento que faz toda a diferença.”

Já para a estudante Maria Luiza, de 17 anos, que está no 3º ano do Ensino Médio, destaca o impacto transformador da tecnologia na escola e o papel das aulas eletivas em sua formação. “Temos lousas digitais e computadores disponíveis para as aulas e para pesquisas, o que faz uma grande diferença no nosso dia a dia”, afirma. Maria Luiza escolheu uma eletiva de empreendedorismo, que, segundo ela, tem sido uma experiência enriquecedora.

“Aprendemos sobre como iniciar um negócio, desde a ideia até a execução, e isso é muito empolgante. É uma preparação prática para a vida real”, explica. Ela também aprecia as atividades culturais e esportivas oferecidas pela escola, que ajudam a desenvolver habilidades além da sala de aula e contribuem para um ambiente escolar mais acolhedor e dinâmico..

Centros de Ensino em Período Integral investem em laboratórios para atrair alunos

A gerente estadual de educação integral Bianca Kelly, em entrevista, relatou que em todos os anos a rede estadual investe em uma campanha matriz para que os alunos se sintam motivados em ingressar na rede integral.Bianca reforçou que esse fato foi intensificado após a pandemia.  

Nós intensificamos muito depois da pandemia, porque após a pandemia houve até índice de evasão, coisa que a gente não tinha em escolas de tempo integral. Até antes da pandemia era 0,1% de evasão”, explicitou.

Para contornar essa situação, Bianca conta que o Estado passou a intensificar o investimento na aquisição de laboratórios de biologia, química, física, matemática, além de laboratórios de robótica e adequação das quadras de esportes.

A gerente estadual pontuou a ensino médio em período integral, já que a modalidade proporciona ao estudante um ensino humanizado. 

“Então nós temos o foco nas práticas experimentais e por isso as escolas estão equipadas com laboratórios, nossas escolas estão fortemente equipadas para o mercado de trabalho”. Para 2025, a meta é ampliar o número de unidades educacionais com a Educação Profissional e Tecnológica. 

“Hoje 26 Cepis que tem educação profissional e tecnológica , 10% dos Cepis têm educação profissional e tecnológica e essa oportunidade está dando para os estudantes está dando maior engajamento desses estudantes sem tirar a parte humanizada, sem tirar o acolhimento, para 2025, a previsão é de 84 Cepis com EPT, 30% deles que é a proposta do Mec”, finalizou Bianca Kelly.

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