Por liminar, Justiça mantém funcionamento do comércio em Goiânia
Juíza atendeu mandado de segurança coletiva de entidades, que argumentou estranhar mudança repentina em fechar o comércio, após decisão de reabertura – Foto: Reprodução.
Nielton Soares
A juíza Jussara Cristina Oliveira Louza, da 3ª Vara da
Fazenda Pública Municipal e Registros Públicos, da Comarca de Goiânia, concedeu, na tarde desta quinta-feira (2), uma liminar para o funcionamento do comércio em Goiânia, atendendo a uma solicitação
de mandato de segurança coletiva feita pelo Federação do Comércio, Bens e Serviços
do Estado de Goiás (Fecomércio-GO) e pelo Sindicato do Comércio Varejista no Estado
de Goiás – (Sindilojas-GO).
No documento, é exposto os argumentos dos sindicatos, que desde
o dia 13 de março, quando foi publicado o primeiro decreto estadual com as medidas para
combater o Coronavírus, o comércio se manteve fechado, em comum acordo com as medidas, completando mais de 100
dias de paralisação.
Após, isso, as entidades mencionaram que houve a edição do decreto
municipal dispondo acerca da “reabertura
segura de setores que tiveram as atividades suspensas em decorrência das
medidas para enfrentamento e prevenção da Covid-19”, com contrapartida de medidas de higiene e segurança adotadas pelos empresários.
Segundo relataram, ainda, dentre as atividades estavam o comércio
varejista para atendimento presencial, inclusive localizados em shopping
centers, galerias, centros comerciais e congêneres, para reabertura gradual nos dias 22 e 30
de junho.
Porém, disseram que foram surpreendidos com a nova decisão
do Prefeito de Goiânia, Iris Rezende (DEM), que de última hora, depois de menos de
sete dias de permissão para reabertura de parte do comércio e apenas um dia para
liberação das demais atividades, “sem qualquer mudança significativa de dados
ou casos de notificação do Covid-19, mudou o entendimento para determinar, por
adesão, o fechamento de todos os setores que há meses aguardavam o início das
atividades”, com base no decreto estadual.
Decisão
De acordo com a juíza, o Estado recebeu R$
168 milhões para aplicação na saúde pública e R$ 1.143 milhões para livre
aplicação, “destes, R$ 188.790.681,18 destinados apenas para o Município de
Goiânia através do Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus”.
Além disso, ela citou que a ordem de fechamento, em menos de
uma semana, e sem demonstrar a alteração do cenário da doença tem frustrado os
comerciantes e gerando insegurança, “traz desempregos, fechamento de lojas e
empresas, desespero de grande parte da população, além de danos sérios à saúde,
em efeito cascata, pois sem ganhos não é possível ao cidadão arcar com as
despesas de sustento básico, como alimentação e saúde”.