Secretário de Saúde do DF é preso suspeito de fraude em testes de Covid-19; há mandados em Goiás
Ação apura o superfaturamento de R$ 30 milhões em contratos que somam R$ 73 milhões para a compra de testes de Covid-19| Foto: Reprodução/ Foto: Renato Alves/Agência Brasília
Eduardo Marques
O secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo, foi preso preventivamente na manhã desta terça-feira (25). Ele foi detido no Setor Noroeste durante operação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que investiga uma suposta organização criminosa instalada dentro da Secretaria de Saúde do DF para fraudar a escolha de fornecedores e superfaturar a compra dos testes, feita com dispensa de licitação. Os investigadores afirmam que o prejuízo aos cofres públicos chega a R$ 18 milhões.
Além de Araújo, são alvos de mandado de prisão preventiva: Ricardo Tavares Mendes, ex-secretário-adjunto de Assistência à Saúde; Eduardo Hage Carmo, subsecretário de Vigilância à Saúde; Eduardo Seara Machado Pojo do Rego, secretário-adjunto de Gestão em Saúde; Jorge Antônio Chamon Júnior, diretor do Laboratório Central (Lacen); e Ramon Santana Lopes Azevedo, assessor especial da Secretaria de Saúde.
Também foram cumpridos 74 mandados de busca e apreensão em locais como o laboratório e a Farmácia Central da Secretaria de Saúde do DF, além da sede da pasta, na Asa Norte. Buscas também estão sendo realizadas nas residências de servidores.
A ação é um desdobramento da primeira fase da Operação Falso Negativo, que ocorreu em julho no DF e em sete estados: Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Bahia e Espírito Santo. Os mandados da 2ª fase da operação foram deferidos pela Justiça Criminal de Brasília. Investigação é coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Procuradoria-geral de Justiça do MPDFT.
São investigados crimes de fraude à licitação, lavagem de dinheiro, crime contra a ordem econômica (cartel), organização criminosa, corrupção ativa e passiva.