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sexta-feira, 29 de novembro de 2024
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Golpe do falso aborto

Duas mulheres são presas suspeitas de extorquir mais de R$ 400 mil de idoso

Ranielle Ferreira da Silva, 24 anos, conheceu a vítima em 2018, quando iniciou com ele um relacionamento. Ela afirmou que teria engravidado e feito um aborto para extorquir a vítima| Foto: Reprodução/ Polícia Civil

Postado em 2 de setembro de 2020 por Redação
Duas mulheres são presas suspeitas de extorquir mais de R$ 400 mil de idoso
Ranielle Ferreira da Silva

Eduardo Marques

A Polícia Civil (PC) prendeu, na última segunda-feira (31), em Goiânia, duas mulheres – Ranielle Ferreira da Silva, de 24 anos, e Alberlice Barbosa dos Santos, de 55 anos – suspeitas de extorquir um idoso, de 72 anos, por dois anos. As investigações duraram um mês. 

A autora Ranielle conheceu a vítima em 2018, em um bar de Goiânia, quando iniciou com ele um relacionamento. Em outubro daquele ano, informou falsamente à vítima que estava grávida e que havia feito um aborto, de forma que precisava de dinheiro para custear o tratamento médico e, caso não fosse atendida, levaria a vítima às autoridades por ter consentido no fictício aborto. Amedrontada, a vítima começou a repassar constantemente dinheiro para Ranielle.

A fim de aumentar a intimidação, Ranielle teria criado um novo perfil de WhatsApp e se apresentado como sendo “Divino”, um fictício capitão da Polícia Militar que seria seu tio. As extorsões passaram a ser feitas então através deste número de “Divino”, cada vez mais violentas, com ameaças de morte caso a vítima não repassasse dinheiro para o pretenso tratamento médico.

Ao longo deste histórico, Alberlice, que é diarista de Ranielle, em 2019, também passou a fazer parte do esquema criminoso. Ela se apresentava como a pessoa que estava cuidando de Ranielle por conta do tratamento médico e teria passado a exigir dinheiro para custear o tratamento, sob pena de autorizar “Divino” a matar ou prender a vítima.

Vida luxuosa

A extorsão permanente à vítima, por cerca de dois anos, passou a ser renda financeira de Ranielle, que não possui nenhum tipo de trabalho. As mensagens de ameaças eram enviadas diariamente em busca de dinheiro, sendo os pagamentos feitos através de cheques, transferências bancárias, depósitos e em espécie. O dinheiro do golpe era utilizado para Ranielle manter uma vida confortável, em um apartamento em Goiânia, e foi utilizado em cirurgias plásticas, tratamentos cosméticos, compra de eletrônicos, celulares de última geração (IPhone 11 Pro Max, Apple Watch, IPad 7ª geração), bolsas e sapatos.

Também teria participado das extorsões Caio Magno Mariano Ferreira, 38 anos, pessoa que mantinha um relacionamento com Ranielle e enviava mensagens de ameaça para a vítima, bem como recebia valores em sua conta. 

Prisão

As autoras foram presas no apartamento de Ranielle, no Setor Cândida de Morais, na capital, no momento em que extorquiam, mais uma vez, a vítima, exigindo dois cheques – um de R$ 7 mil e outro de R$ 4 mil. Caio Magno foi levado à Deic e interrogado. Porém, não foi preso por não se encontrar em situação de flagrante delito. 

As duas mulheres presas foram presas na Delegacia Estadual de Capturas (Decap). A prisão em flagrante foi convertida em preventiva pelo Poder Judiciário após audiência de custódia. Com isso, as investigadas foram encaminhadas à Casa de Prisão Provisória (CPP).

Em análise do aparelho celular de Ranielle, foi possível observar que ela mantém diversos relacionamentos com homens geralmente mais velhos, sempre informando, em algum momento da conversa, que estava grávida, com o fim de posteriormente utilizar o fictício aborto como meio de extorsão. 

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